O velejador algarvio Luís Brito embarca amanhã, dia 26 de Dezembro, na maior aventura da sua vida: ele faz parte de uma das tripulações que vai disputar a Rolex Sydney Hobart Yatch Race 2015, a regata mais importante da Austrália, que liga a cidade de Sidney, no sul do país-continente, a Hobart, a capital da ilha da Tasmânia, ao longo de 628 milhas.
Luís Brito, responsável pelo projeto Vela Solidária, com sede em Portimão, chegou à cidade australiana de Melbourne a 16 de Novembro, «para preparar o Paraolímpico World Championship na classe 2.4, como treinador do João Pinto», velejador paralímpico algarvio.
«Durante a estadia, fiz alguns contactos e consegui lugar na embarcação Challenge, um Sydney 38», contou Luís Brito ao Sul Informação.
«Participar na Rolex Sydney Hobart era um sonho antigo que se tornou objetivo quando soube que viria à Austrália nesta época do ano. Não foi fácil encontrar um barco para fazer a regata, mesmo porque o processo burocrático é bastante complexo».
O experiente velejador algarvio diz que o Challenge é «um dos barcos mais pequenos da frota, dos 110 inscritos, mas, pelas palavras dos locais, é um barco com bastantes possibilidades de lutar por um bom resultado em tempo corrigido».
A tripulação era, até há três dias, «totalmente desconhecida para mim e eu para eles», uma questão que tem estado a ser corrigida a toda a velocidade nestes poucos dias antes da regata, com diversos testes a bordo do Challenge e navegações.
De entre os dez tripulantes – oito australianos, um espanhol e um português -, «há quem tenha muito pouca experiência e quem tenha muita experiência, com nove participações nesta regata».
Para si próprio, Luís Brito, que já está a contar os minutos para o início da regata, marcado para as 13 horas locais de 26 de Dezembro, o Boxing Day, da Baía de Sydney, «será sobretudo um desafio pessoal e mais uma porta que espero que se abra no mundo da vela».
«Este é um dos tipos de regatas que mais me motiva e em que gostaria de começar a apostar mais», assegura o velejador algarvio.
Mas não se pense que cumprir as 628 milhas da regata será fácil, tanto mais que os velejadores irão afrontar o Mar da Tasmânia, entre o estado de Nova Gales do Sul, na imensa ilha-continente da Austrália, e essa ilha também australiana mais a Sul.
Luís Brito disse ao Sul Informação que «as previsões de vento e mar são duras, com ondulação a rondar os 4 metros e o vento a poder chegar aos 40 nós de proa. Isto implicará navegar à bolina (contra o vento) cerca de 500 das 628 milhas que separam Sydney de Hobart».
Por isso, admite, «será uma regata muito dura física e psicologicamente». Mas será também o maior desafio da vida deste algarvio intrépido. «Vai ser duro, mas tentarei representar Portugal da melhor maneira!», garante.
Depois da regata, Luís Brito aproveitará para conhecer um pouco da Tasmânia, para, no dia 9 de Janeiro, regressar a Portugal.
«Espero que esta seja mais uma experiência para transmitir na Vela Solidária e mais um exemplo para as crianças e jovens do nosso projeto», acrescenta.
«Eu, no próximo ano, vou claramente apostar na Vela Solidária e em navegar muito mais do que naveguei nos últimos anos», anuncia, a concluir.
Amanhã, dia 26, quando a regata largar da Baía de Sydney, terá uma das maiores coberturas mediáticas da modalidade a nível mundial, já que a prova, com uma história de 70 anos, atrai alguns dos mais importantes velejadores internacionais.
A Rolex Sydney Hobart tornou-se um ícone do desporto de Verão e da vela na Austrália, ombreando, em interesse do público, com os maiores eventos desportivos nacionais.
Depois do início espetacular na Baía de Sydney (que atrai milhares e milhares de pessoas, outras embarcações, helicópteros, centenas de jornalistas), a frota navegará em direção ao Mar da Tasmânia, descendo a costa sudeste da Austrália, passando o Estreito de Bass (que separa o território continental da Austrália da ilha-estado da Tasmânia), seguindo depois pela costa leste da Tasmânia. Já nessa ilha, a frota vira à direita para a Baía das Tempestades (Storm Bay), antes da navegação final pelo rio Derwent acima, até ao porto da cidade histórica de Hobart.