O motard português Hélder Rodrigues foi o quinto classificado na edição de 2014 do Rally Dakar, que ontem terminou no Chile e teve como vencedores Marc Coma, nas motos, e Nani Roma, nos carros.
A prova, este ano, foi azarada para alguns dos principais representantes lusos, entre os quais o algarvio Rúben Faria, sobre o qual recaiam fortes expetativas, depois do segundo lugar que garantiu em 2013.
Na última etapa, na qual Hélder Rodrigues garantiu a 4ª posição (a mesma do penúltimo dia) e a manutenção do 5º lugar que já ocupava na geral à entrada para o último dia de prova, o segundo melhor português foi Pedro Oliveira, que terminou o Dakar na 23ª posição, seguido de Pedro Bianchi Prata e Mário Patrão, 27º e 28º classificados, respetivamente.
Antes de chegar aqui, e em três etapas consecutivas, os portugueses receberam más notícias vindas da América do Sul. Rúben Faria, considerado candidato à vitória, sofreu um acidente que o obrigou a abandonar a prova na quarta etapa, quando era 6º na geral e durante uma etapa que até lhe estava a correr bem. A queda aconteceu já nos últimos quilómetros do troço e o algarvio teve de ser evacuado de helicóptero, uma vez que chegou a perder os sentidos.
Rúben Faria apenas apanhou um susto, que disse mais tarde desconfiar que se tenha devido, também , à elevada altitude a que rodava, mas Portugal perdeu forte candidato à vitória, já que o moncarapachense corria como piloto principal, com uma moto oficial da KTM, ao contrário do que aconteceu em 2013, em que era mochileiro de Ciryl Després. Mesmo assim, o algarvio teve uma receção de campeão no Aeroporto de Faro, por parte de alguns fãs.
Um dia antes, o veterano Carlos Sousa já havia abandonado o Dakar 2014. O piloto foi desclassificado logo na segunda etapa, depois de ter falhado diversos pontos de controlo, devido a uma avaria no seu carro.
Estes dois azares não foram os últimos, nem sequer os mais vistosos, já que logo na quinta etapa Paulo Gonçalves também foi obrigado a abandonar, depois de ver a sua moto arder. O português não conseguiu controlar o incêndio, apesar dos seus esforços e ficou pelo caminho, com as imagens do seu desespero e frustração a correr mundo.
Um abandono com sabor a injustiça, uma vez que Paulo Gonçalves tinha protagonizado no dia anterior um episódio de camaradagem exemplar, o verdadeiro espírito Dakar, ao ficar junto a Rúben Faria até que ele fosse evacuado de helicóptero, perdendo muito tempo com este gesto.
Portugal ficou, assim, sem três dos seus mais conhecidos e experientes representantes, logo à quinta etapa. Desta forma, as atenções focaram-se em Hélder Rodrigues, mas também nos motards Pedro Oliveira, Pedro Bianchi Prata e Mário Patrão, que conseguiram manter o azar ao largo e terminar a prova nos 30 primeiros lugares.