O motard português Paulo Gonçalves (Honda) segurou hoje a liderança do rali Dakar2016, apesar de ter terminado no 12º lugar a 5ª etapa, entre Jujuy, na Argentina, e Uyuni, na Bolívia, que foi ganha pelo australiano Toby Price (KTM).
Melhor performance que Gonçalves, que terminou a 8.56 minutos de Price, teve, apesar de tudo, o algarvio Ruben Faria, que hoje concluiu esta segunda e última parte da etapa maratona, ou seja, sem assistência mecânica, no 11º posto, a 8.54 do vencedor.
Mas o melhor português na tirada foi mesmo Hélder Rodrigues (Yamaha), ao terminar no 8º posto, a 7.20 de Price.
Quanto aos restantes portugueses, Mário Patrão foi 28º e Pedro Bianchi Prata foi 50º nesta 5ª etapa.
Paulo Gonçalves, que se queixou de dor de cabeça devido à altitude atravessada pela etapa nos Andes, admitiu que esta foi uma etapa defensiva, que, mesmo assim, lhe permitiu perder pouco tempo para os perseguidores imediatos, num dia sem assistência mecânica.
«Na especial, os primeiros cem e últimos cem quilómetros, especialmente no final da etapa, tiveram uma navegação muito difícil, mas eu encontrei o caminho certo», explicou Paulo Gonçalves, em declarações ao site da organização.
«A maratona é, obviamente, difícil, porque ontem e hoje somámos cerca de 1700 quilómetros, com 800 por etapa. Com a grande altitude, é difícil e é aí que pode haver diferença entre alguns pilotos. Mas acho que a segunda semana será mais difícil do que esta», acrescentou.
Por seu lado, Ruben Faria (Husqvarna) comentou: «hoje acordámos às 3 da manhã para uma ligação de 315 quilómetros, com o frio a ser o principal obstáculo. Para a especial de hoje, decidi não atacar nem arriscar, pois queria garantir um bom resultado final. Fui muito tranquilo e só na parte final é que ataquei um pouco mais. A minha Husqy 450 Rally está perfeita. Amanhã temos a especial mais longa do Dakar. Ainda nem chegámos a metade do rali e todos estamos muito próximos, portanto continuo na luta!».
Gonçalves manteve-se no comando da classificação geral, com 1.45 minutos de vantagem sobre o eslovaco Stefan Svitko (KTM), que é 2º, e menos 1.47 que Toby Price (3º).
Ainda na Geral, Ruben Faria voltou a descer três posições, para o 8º posto, Hélder Rodrigues subiu uma, para 13º, Mário Patrão desceu três, para 32º, e finalmente Bianchi Prata subiu outras três, para 52º.
Quanto à etapa de amanhã, disputada a grande altitude, com partida e regresso a Uyuni, na Bolívia, o piloto português da equipa oficial Honda prevê que «vai ser um grande dia pela frente, com mais de 500 quilómetros, então agora precisamos de um descanso».
Amanhã, 8 de Janeiro, disputa-se a mais longa especial do Dakar2016 (542 km), neste que será o 6º dia de corrida consecutiva. E isso não é a única dificuldade da tirada, que terá lugar entre 3.500 e 4.200m de altitude. O ritmo e as superfícies irão mudar constantemente, alternando entre areia e rocha, que pode ser desconcertante, especialmente se chover. Vislumbres do deserto salgado Salar Uyuni são apenas um dos prazeres visuais na agenda.
Enquanto isso, a categoria de camiões, que vai correr separadamente nesta sexta etapa, vai visitar a cidade natal do presidente Evo Morales.
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