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Portimão entregou hoje o questionário já respondido ao presidente da Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto (ACES) em Portugal, formalizando assim o primeiro passo para a sua candidatura a Cidade Europeia do Desporto em 2019.

Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, que entregou o documento em mãos a Nuno Pedro Santos, da ACES Portugal, numa cerimónia que teve lugar esta tarde no salão nobre dos Paços do Concelho, garantiu: «não haverá obras faraónicas».

É que, fez questão de dizer, a candidatura de Portimão «não pode ser nunca entendida como “lá estão eles outra vez a gastar o dinheiro todo”, como já ouvi por aí rumores. Esta não é uma candidatura faraónica , não vai haver obras faraónicas», garantiu a autarca, perante uma sala cheia de dirigentes de grande parte das 81 coletividades e clubes desportivos do concelho.

Isilda Gomes explicou que a candidatura é feita «com as infraestruturas desportivas que temos», garantindo «a nossa capacidade de organizar esta iniciativa com aquilo que temos».

A autarca admitiu que o concelho de Portimão, apesar de dotado de infraestruturas desportivas variadas e de qualidade, tem uma lacuna: «não temos uma pista de atletismo». Mas aí, sublinhou, se Portimão vier a ser escolhida como Cidade Europeia do Desporto, espera utilizar a verba de 100 mil euros disponibilizada pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) às cidades vencedoras para construir a pista de atletismo. No entanto, frisou, «até temos um autódromo onde se pode praticar atletismo».

Depois de formalizada a entrega do questionário, Isilda Gomes garantiu que, «até ao final do ano, saberemos quanto é que iremos gastar». Tudo será feito com «muito rigor, muita transparência», insistiu.

Nuno Santos, presidente do ACES Portugal, revelou que as respostas ao questionário, dadas por Portimão, passaram «todos os requisitos exigentes para que uma cidade possa candidatar-se a Cidade Europeia do Desporto».

 

Sala cheia, com jornalistas, autarcas e dirigentes desportivos

«Tudo começou há cerca de um ano, quando fiz visitas a diversas infraestruturas [em Portimão], como o estádio, o autódromo, as piscinas e os campos de ténis. Este processo vai durar até ao fim do ano», acrescentou.

Agora vai ser completado o dossiê da candidatura e feito um vídeo promocional de Portimão. Até ao fim do ano, haverá mais visitas às estruturas locais, nomeadamente com o presidente da ACES Europa.

Em Janeiro de 2018, finalmente, numa gala no Parlamento Europeu, em Bruxelas, será anunciada a cidade vencedora.

Mas nesta corrida, Portimão não está só e conta com outro competidor: a cidade de Cascais, que ainda não oficializou a candidatura. Nuno Santos, da ACES Portugal, considera que vai ser uma «luta árdua, mas saudável», como, aliás, «foram as anteriores, entre Almada e Braga, para 2018, em que venceu Braga, ou entre Coimbra e Gondomar, ganha por Gondomar, que este ano é a Cidade Europeia do Desporto».

Quanto ao facto de Cascais ser um concelho que tem quase tantos habitantes como o Algarve todo, Nuno Santos considera que isso não irá prejudicar Portimão. «O tamanho não interessa», o que conta é a qualidade das infraestruturas e do projeto apresentado, nomeadamente ao nível do desporto para todos.

Por outro lado, salientou o dirigente da ACES Portugal, «Cascais não tem um pavilhão multiusos com a qualidade do vosso Arena».

 

A placa que atesta a aceitação da candidatura de Portimão

A presidente da Câmara de Portimão manifestou a sua confiança em que a candidatura da cidade algarvia será a vencedora. E, apesar de confessar não gostar de andar de avião, disse, em tom de brincadeira: «vou já marcar na minha agenda a ida a Bruxelas. Lá estarei para receber a passagem de testemunho, em Janeiro do próximo ano».

Voltando-se para os muitos dirigentes desportivos que assistiam à cerimónia, a autarca portimonense disse-lhes que esta é «sobretudo uma candidatura vossa, porque sem as associações não teríamos possibilidade de lutar para ter aqui um evento desta grandeza, nem teríamos capacidade para mostrar aquilo que somos».

«Isto vai ser um projeto de todos nós, não só da Câmara, até porque tem a ver com o desporto para todos. As Superbikes ou o Mundial de Motonáutica levam o nome de Portimão lá fora, mas não é bem disso que se trata agora. Agora, trata-se da mobilização da sociedade, de pôr a mexer toda a gente, com uma iniciativa que vai mobilizar todos».

Por seu lado, Custódio Moreno, delegado regional do IPDJ, disse que, apesar das dificuldades financeiras que a Câmara de Portimão vive, «o dinheiro não é tudo, até porque para esta candidatura ter sucesso é preciso vontade dos autarcas e dos dirigentes, e isso, como se vê, há em abundância». «A cidade de Portimão está pronta, tem argumentário suficiente e tem as pessoas necessárias», reforçou.

Quanto ao presidente da ACES Portugal, este sublinhou ainda que o estatuto de Cidade Europeia do Desporto tem «uma repercussão enorme» na economia local, não só pelas pessoas que atrai para as provas desportivas, mas também para estágios e outras iniciativas ao longo de um ano. «Tudo isto tem grande importância para as cidades», garantiu.

Nos próximos meses, para acabar de preparar o seu dossiê de candidatura, Portimão tem ainda muito trabalho pela frente. Mas, com a parceria dos clubes desportivos do concelho e a coordenação da Divisão de Desporto da autarquia, a presidente da Câmara Isilda Gomes afirma-se «muito, muito confiante».

E quando (ou se) Portimão ganhar, a autarca não tem dúvidas: «o que é bom para Portimão, é bom para Lagoa, para Loulé, é bom para o Algarve. Temos de nos deixar de capelinhas e de ganhar escala».

O título de Cidade Europeia do Desporto é atribuído todos os anos pela ACES Europa a cidades europeias que têm entre 25 mil e 500 mil habitantes.

O galardão é atribuído desde 2013, tendo sido atribuído, em Portugal, a Guimarães (2013), Maia (2014), Loulé (2015), Setúbal (2016), Gondomar (2017) e Braga (2018).

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