O experiente piloto algarvio Ruben Faria, vice-campeão em motos em 2013, volta a disputar o Dakar, que começa este sábado, 2 de Janeiro, em Buenos Aires (Argentina), mas desta vez aos comandos de uma Husqvarna 450 FR.
O português é piloto oficial da equipa Husqvarna Factory Laglisse Racing, ao lado do francês Pierre-Alexandre (Pela) Renet e do chileno Pablo Quinatilla.
Este ano, Ruben Faria trocou a KTM pela marca irmã Husqvarna, abordando o próximo Rali Dakar com a intenção de obter um bom resultado, prometendo atacar as primeiras posições.
Em 2015, Ruben Faria foi 6º, tendo o seu melhor resultado sido alcançado em 2013, quando terminou a grande aventura sul-americana na 2ª posição.
“Posso estar numa nova estrutura, mas os objetivos permanecem os mesmos. Quero fazer um bom Dakar e lutar pelo pódio final. O plano é chegar ao dia de descanso numa boa posição e atacar na segunda semana”, assume o piloto de Olhão.
Apesar de ter mudado de marca, o algarvio, no fundo, quase nem mudou de moto, já que a Husqvarna assenta numa máquina semelhante à utilizada pela KTM, que é proprietária da antiga marca sueca. Isso significa que Ruben conta com uma arma bastante idêntica às de Jordi Villadoms, David Casteu, Toby Price ou Stefan Sivtko.
Como diria o outro, prognósticos só no final do jogo, ou antes, da corrida. Mas, se Ruben Faria pode ser considerado um dos favoritos à vitória final nesta 38ª edição do mítico rali todo o terreno Dakar, a oitava em solo sul-americano, entre os portugueses há dois candidatos mais fortes ao lugar mais alto do pódio – Paulo Gonçalves, chefe de equipa da Honda, vice-campeão em 2015, e Helder Rodrigues, da equipa oficial Yamaha, que pretende melhorar os seus dois terceiros lugares, alcançados em 2011 e 2013.
As maiores hipóteses, à partida, vão de facto para Paulo Gonçalves (Honda), vice-campeão, que está à procura de se tornar no primeiro português a vencer a prova.
Os dois motards que repartiram o domínio da prova na última década estão agora fora da competição em motos: o espanhol Marc Coma reformou-se e é agora diretor do Dakar, enquanto o francês Cyril Despres passou para os carros.
“Nesta edição, o objetivo é a vitória. Sei que será muito difícil, pois nunca é fácil ganhar um Dakar. É algo que eu desejo muito, a equipa está coesa e trabalhámos imenso. Espero que seja o nosso ano. É a única vitória que me falta depois de muitos anos a competir”, disse Paulo Gonçalves, campeão mundial de todo-o-terreno em 2013, antes de partir para a América do Sul.
Com Gonçalves como chefe de equipa e também com a experiência do espanhol Joan Barreda, a Honda tem este ano uma excelente oportunidade do por fim a um domínio de 14 anos da KTM, que deposita as suas esperanças no australiano Toby Price, 3º classificado na última edição, no britânico Sam Sunderland e no espanhol Jordi Viladoms.
Também Hélder Rodrigues (Yamaha), que já vai na sua 10ª participação consecutiva no Dakar, espera ter uma palavra a dizer na luta pela vitória e chega ao deserto sul-americano com dois terceiros lugares, alcançados em 2011 e 2013.
“Estou feliz com todo o trabalho que desenvolvemos até agora. Vou lutar para obter bons resultados e acredito que posso alcançar uma boa classificação neste Dakar”, disse o piloto de 36 anos.
Nas motos, além de Ruben Faria (Husqvarna), completam a participação portuguesa Mário Patrão (KTM) e Pedro Bianchi Prata (Honda).
Nos carros, Carlos Sousa, em Mitsubishi, volta a ser o único piloto português, naquela que será a sua 15ª participação, tendo alcançado um 4º lugar, em 2003, e dois quintos lugares, em 2001 e 2002.
Vencedor da última edição, Nasser Al-Attiyah (Mini) volta a encabeçar a lista de favoritos, mas o sul-africano Giniel De Villiers (Toyota), campeão em 2009, o francês Stephane Peterhansel (Peugeot), cinco vezes vencedor, o espanhol Carlos Sainz (Peugeot), vencedor em 2010, e o também espanhol Nani Roma (Mini), vencedor em 2014, prometem igualmente lutar pelo triunfo.
Uma das atrações do Dakar de 2016 será a presença do piloto francês Sébastien Loeb, detentor de nove títulos mundiais de ralis, que se estreia na prova rainha de todo o terreno ao volante de um buggy Peugeot, que regressou em 2015, após 25 anos de ausência.
O Dakar 2016 parte de Buenos Aires, a 2 de janeiro, percorrendo um total de 9.300 quilómetros – dos quais 4.700 a 4.800 cronometrados -, até à chegada a Rosário, no dia 16.
Este ano, o Chile abdicou da passagem da prova, em consequência das inundações que provocaram grandes danos no norte do país, enquanto o Peru, que voltaria a receber o Dakar após dois anos de ausência, desistiu pouco depois, para se concentrar na gestão do risco motivado pelo fenómeno climatérico El Niño.
O Dakar de 2016 visitará pela terceira vez a Bolívia, onde a caravana terá de passar pelo salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, a mais de 3.500 metros de altitude, na mais extensa etapa da competição, com perto de 550 quilómetros.
A Argentina, o único país que marcou presença em todas as oito edições deste Dakar sul-americano, será ainda dominadora em 2016, recebendo o prólogo, o dia de descanso, a 10 de janeiro, em Salta, e falhando apenas uma etapa na sua totalidade, a sexta, precisamente, no salar de Uyuni.
Depois do prólogo em Buenos Aires, no sábado, 2 de Janeiro, a primeira etapa, no dia 3, vai ligar Rosário e Villa Carlos Paz, num total de 662 quilómetros para os carros, 258 em especial, e 632 quilómetros para as motos, 227 cronometrados.
No total, estão inscritos 354 pilotos, 143 em motos, 110 em carros, 55 em camiões e 46 em quads.
Programa:
31/12 e 01/01: Verificações administrativas e técnicas
02/01: Cerimónia de partida em Buenos Aires / Prólogo / Ligação ao acampamento”0″perto de Rosario
03/01: Buenos Aires – Villa Carlos Paz
04/01: Villa Carlos Paz – Termas de Río Hondo
05/01: Termas de Río Hondo – Jujuy
06/01: Jujuy – Jujuy
07/01: Jujuy – Uyuni
08/01: Uyuni – Uyuni
09/01: Uyuni – Salta
10/01: Dia de descanso em Salta
11/01: Salta – Belén
12/01: Belén – Belén
13/01: Belén – La Rioja
14/01: La Rioja – San Juan
15/01: San Juan – Villa Carlos Paz
16/01: Villa Carlos Paz – Rosario