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Os Cuidados de Saúde Primários no Algarve já beneficiaram, desde o início de 2017, de um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros, num total de 3 milhões que estão previstos para este setor.

Segundo a ARS Algarve, este montante foi investido para reforçar «a capacidade de resposta dos cuidados de saúde de proximidade com a modernização e renovação de instalações e equipamentos, com o alargamento da cobertura assistencial dos cuidados de saúde primários em toda a região, com a criação de novas Unidades de Saúde Familiar (USF), Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) e Unidades Móveis, ou com implementação de novos Rastreios Oncológicos».

Parte do dinheiro foi investido na criação novas Unidades de Saúde Familiar. Ainda no decorrer de Agosto, vai ser inaugurada a USF Ossónoba, em Faro. Também foi iniciada a construção do novo edifício para a USF Lauroé em Loulé (protocolo de 10 de Maio de 2016 com a Câmara Municipal), contemplando também a sede do ACES Central e UCC Gentes de Loulé.

Estão ainda em curso «obras de conservação, beneficiação, requalificação e adaptação funcional nos Centros de Saúde de Lagos e de Vila Real de Santo António, que representam um investimento total de aproximadamente 335 mil euros», dos quais cerca de 185 mil euros para Lagos e perto de 150 mil euros para VRSA.

Estes trabalhos «visam, sobretudo, a reorganização funcional destas unidades, para assegurar uma melhoria do conforto e atendimento dos utentes, adaptar as instalações para pessoas com mobilidade condicionada de acordo com as normas técnicas de acessibilidade atualmente em vigor, bem como, a criação de espaços adequados para sujos e despejos, armazenamento de resíduos e ainda reforçar as condições de segurança contra incêndios nestes edifícios», explica a ARS.

A entidade que gere o setor da Saúde, no Algarve, também destaca a abertura da segunda Unidade de Cuidados na Comunidade no ACES Barlavento, a UCC Vicentina de Vila do Bispo, que abrange cerca de 5500 utentes. «Esta é a 12ª Unidade de Cuidados na Comunidade na região do Algarve (5 no ACES Barlavento; 5 no ACES Central e 2 no ACES Sotavento) que abrange todos os concelhos da região, sendo que está prevista a abertura de mais duas UCC na zona do ACES Barlavento durante o ano de 2017: uma em Aljezur e outra em Monchique».

 

Crédito: Depositphotos

A ARS também fez o balanço da taxa de cobertura da população do Algarve por médico de família, que «tem evoluído de forma consistente e positiva: evoluímos de 58,9% em 2013 para 83,9% em 2017 de algarvios com médico de família atribuído».

Entre as medidas implementadas nos primeiros meses de 2017, a ARS realça, ainda, a reabertura dos Polos de Saúde de Bordeira (Faro), da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Faro (que estava encerrado desde 2015 e que abrange cerca de 362 utentes) e do Polo de Azinhal da Unidade de Saúde Familiar Beasuris, do concelho de Castro Marim (fechada desde 2013 e que abrange cerca de 400 utentes)».

O Pólo de Saúde de Vaqueiros também vai ser reaberto em breve, no seguimento de um protocolo de colaboração com Câmara Municipal de Alcoutim para a reconversão do edifício da antiga escola primária de Vaqueiros em unidade de saúde, com vista à reabertura da Extensão de Saúde local. Este Pólo de Saúde foi encerrado em Outubro de 2013 pelo anterior Governo.

Em 2017, também houve novidades no que toca ao Programa Regional de Rastreio do Cancro da Mama,  com a entrada ao serviço da nova Unidade Móvel da Associação Oncológica do Algarve do Rastreio do Cancro da Mama com Tomossíntese, «que fez do Algarve uma região pioneira nesta área».

Ao mesmo tempo, foi lançado o Projeto-Piloto do Rastreio do Cancro do Colon e Reto na região, que «abrange cerca de 7 mil utentes da Unidade de Saúde Familiar Ria Formosa, em Faro, e da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de São Brás de Alportel, estando previsto o seu alargamento no início de 2018 a todas as unidades de cuidados de saúde primários do Algarve, abrangendo cerca de 140 mil utentes».

A ARS realça que foi também assinado um protocolo de cooperação com as autarquias de Loulé e São Brás de Alportel para promoção de Rastreios de Acuidade Visual na Infância.

No âmbito deste acordo, «todas as crianças integradas no ensino Pré-escolar e Primeiro Ciclo do concelho de São Brás de Alportel e do Pré-escolar da Rede Pública e Solidária do concelho de Loulé, assim como os jovens até ao ensino secundário com situações detetadas ou sinalizadas pelos professores vão ter acesso ao Rastreio de Acuidade Visual Infantil».

Este rastreio é gratuito e «vai ser efetuado pelas Unidades de Cuidados na Comunidade Al-Portellus e Gentes de Loulé com as Equipas de Saúde Escolar e em colaboração com as Equipas de Saúde Infantil das unidades funcionais dos respetivos concelhos, com o objetivo de prevenir e identificar precocemente potenciais alterações oftalmológicas nas crianças».

Após a deteção precoce, «as crianças, em caso de necessidade, serão atempadamente referenciadas para a consulta de oftalmologia da unidade de Faro do Centro Hospitalar do Algarve para confirmação do diagnóstico e o respetivo tratamento», adianta a ARS.

Paulo Morgado, presidente da ARS Algarve

Outra das medidas implementadas foi  o projeto-piloto de realização de espirometrias nos Centros de Saúde para diagnóstico precoce das Doenças Pulmonares Obstrutivas Crónicas (DPOC). Com esta iniciativa, «as unidades de Cuidados de Saúde Primários da Região de Saúde do Algarve estão dotadas de equipamentos para fazerem exames de espirometria à população no âmbito deste projeto-piloto, o qual abrange as Regiões do Algarve e do Alentejo».

Desde que o projeto arrancou, em Dezembro de 2016, «foram efetuadas 962 exames de espirometria. Desde 30 de maio de 2017, que os utentes dos Cuidados de Saúde Primários de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo têm também a possibilidade de recorrer a este serviço público no Centro de Saúde», diz a entidade.

O protocolo de cooperação referente ao Projeto Algarve Coração Seguro, que envolve o Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC), a Administração Regional de Saúde (ARS) Algarve, a Região de Turismo do Algarve (RTA), a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA) e a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA) também é realçado.

No âmbito deste protocolo, o ABC, que integra o Centro Hospitalar do Algarve e a Universidade do Algarve, «vai promover a realização de ações de formação em Suporte Básico de Vida (SBV) e Desfibrilhação Automática Externa (DAE) destinadas a operadores turísticos, hoteleiros, espaços comerciais e públicos, com vista a dotar e reforçar a capacidade de resposta dos profissionais da área do turismo e das diversas unidades hoteleiras da região para a prestação de primeiros socorros em situações de emergência».

A ARS Algarve destaca ainda que, em 2017, está a ser renovado o parque de hardware em toda a região, ao mesmo tempo que é desenvolvida a experiência do Projeto-Piloto Tele Saúde – PDS no âmbito da aposta na Telemedicina, nas suas diversas vertentes: Telemonitorização, Teleconsulta, Teleradiologia, Teleconsultadoria. 

«Os equipamentos médicos nas diversas unidades de cuidados de saúde primários estão a ser renovados e foi implementada a receita sem papel, com uma cobertura de 100% na região», disse.

Até final do ano, também se espera completar a implementação, em todas as unidades dos Cuidados de Saúde Primários do Algarve, de um novo sistema de monitorização de temperatura e humidade que permite aferir, através de acesso remoto, as condições de temperatura dos medicamentos e vacinas e que assegura «uma melhor gestão de segurança, conservação e funcionamento da Cadeia de Frio da ARS Algarve».

A entidade destaca também que foi aprovada a candidatura «para a aquisição e implementação de um moderno e inovador Sistema de Gestão Documental» e que foi adquirido software de análises clínicas para o Laboratório Regional de Saúde Pública do Algarve.

Laboratório Laura Ayres

Por fim, anuncia a ARS Algarve, «em 2017, vai ser reforçada a aposta nos cuidados de saúde de proximidade, com a participação da ARS Algarve em protocolos com as autarquias para a disponibilização de Unidades Móveis de consultas ao domicílio.

Segundo a entidade, «está em curso a aquisição de 10 Unidades Móveis, através de um projeto financiado pelo Portugal 2020, em colaboração com a CCDR Algarve, a AMAL e vários municípios».

Estas medidas estratégicas estão a ser levadas a cabo pelo Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Algarve, em articulação com o Ministério da Saúde.

O objetivo é, segundo a ARS, apostar «no apoio cada vez mais próximo dos cidadãos para reforçar a confiança nos serviços públicos de Saúde no Algarve».

De acordo com a entidade, «o ciclo de requalificação e desenvolvimento da estrutura dos Cuidados de Saúde Primários na região, iniciado em 2017, contempla um investimento total no valor de cerca de 3 milhões euros, dos quais aproximadamente 50% estão já atualmente em curso e/ou concretizados».

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