A empresa Estradas de Portugal SA está a contratar funcionários para fazer o apoio a sistemas de venda de títulos de portagem (a tempo parcial) nas antigas SCUT – A22/Via do Infante, A25 e A24.
No caso da Via do Infante, as Estradas de Portugal procuram pessoas para trabalhar na Praça das portagens situadas na A22, junto da fronteira, após a passagem do rio Guadiana, no concelho de Vila Real de Santo António.
As funções a desempenhar são, como se pode ler no anúncio, «desenvolvimento de atividades de apoio aos sistemas de venda de títulos de portagem para utilizadores de veículos com matrícula estrangeira, com enfoque no apoio aos utilizadores de veículos com matrícula estrangeira na aquisição dos seus títulos de portagem» e ainda «na informação e esclarecimento direto dos utentes sobre a cobrança de portagens».
Depois da confusão registada antes da Páscoa, com os turistas, em especial espanhóis, a esperar ao frio em fila durante muito tempo, para comprar os títulos de portagem na Ponte Internacional do Guadiana, a empresa Estradas de Portugal parece estar agora a precaver-se para evitar a repetição da cena que abriu noticiários televisivos e foi primeira página de jornais.
As funções, porém, como é dito nos anúncios, serão apenas temporárias, pelo que se depreende que se trate apenas de um reforço de funcionários durante o Verão, em especial nos meses de julho e agosto.
E isto porque, tal como foi anunciado em maio, no final da Cimeira Ibérica no Porto, o novo sistema de pagamento de portagens com cartão bancário, destinado a viaturas com matrícula estrangeira, nomeadamente espanhola, só chegará ao Algarve em 2013.
João Vasconcelos, da Comissão de Utentes da Via do Infante, comentou, em declarações ao Sul Informação, «que este recrutamento mostra que a posição das Estradas de Portugal e do Governo é continuar a fazer orelhas moucas às exigências da sociedade civil algarvia, que pede o fim das portagens na Via do Infante».
Vasconcelos sublinhou que neste momento «já não é só a Comissão que exige o fim das portagens. O presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve já se tinha pronunciado contra e agora a posição mais recente é dos hoteleiros, através da sua associação AHETA, que alerta para as dificuldades acrescidas que as portagens trazem ao turismo, mas também para o aumento dos acidentes, numa situação que tenderá a agravar-se».
«Agora temos as vozes finalmente todas em uníssono a dizer que não há outra solução senão acabar com as portagens», garante o dirigente da CUVI.
João Vasconcelos salienta ainda que falta também saber se as isenções para residentes e empresas regionais vão ou não prolongar-se. «Se não se prolongam, é mais um problema acrescido. Se se prolongam, haverá mais queixas, nomeadamente dos espanhóis, que já se queixaram à Comissão Europeia por se sentirem discriminados. Isto é uma grande salada russa da qual o Governo só pode sair abolindo as portagens».
Candidatos a trabalhar no apoio às portagens têm que saber espanhol e inglês
Além da praça de portagens à saída da Ponte Internacional do Guadiana, no início da A22, os locais de trabalho são as praças da portagem situadas na A25, a cerca de 11 quilómetros de Vilar Formoso, na área de serviço de Alto do Leomil, concelho de Almeida, as praças da portagem situadas na EN13, junto a Vila Nova de Cerveira, e ainda as praças da portagem situadas na A24, no primeiro nó a seguir à fronteira, concelho de Chaves.
Os candidatos, que devem ter pelo menos o 12º ano de escolaridade, mas preferencialmente frequência de ensino superior, devem saber falar espanhol e inglês, e, preferencialmente, dominar também outras línguas, como francês, italiano. Devem ainda ter boa capacidade de comunicação, bom relacionamento interpessoal, carta de condução de viatura ligeira e disponibilidade para deslocações.
Estas ofertas de emprego estão em fase de receção de candidaturas até ao dia 17 de junho.
Os interessados deverão apresentar a sua candidatura online na página da EP, acompanhada de curriculum vitae.