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Faltam «5 mil a 5500 bombeiros profissionais» em corporações de todo o país e há equipas que não podem operar, por falta de elementos. O aviso foi feito este domingo pelo presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) Fernando Curto, à margem do 13º Congresso Nacional de Bombeiros Profissionais, que decorreu em Faro.

Uma situação preocupante, até mais, na visão do presidente da ANBP, do que a dos fogos florestais. Numa altura em que o país de prepara para a chamada época dos incêndios, Fernando Curto alerta para o que se passa ao longo de todo o ano.

«Nós somos todos ecologistas e eu também sou. Mas, com toda a franqueza e frieza, preocupam-me mais os lares de terceira idade, as escolas ou os centros comerciais, do que propriamente a questão dos incêndios florestais», considerou.

«Os incêndios florestais têm uma abrangência e visibilidade muito maior e fala-se muito mais. Há um dispositivo que o sr. Ministro prepara, e muito bem. Mas, depois, as Câmaras, a jusante, têm todo um trabalho anual a fazer nos seus municípios para salvaguardar as infraestruturas e as populações», ilustrou. «Estamos a falar de zonas públicas, das maiores cidades do país, de dois terços da população e do património do país», salientou.

Já o ministro da Administração interna Miguel Macedo, que presidiu ao encerramento do Congresso da ANBP, lembrou que estão ser criadas 50 equipas de bombeiros profissionais, que terão um total de 250 elementos, para reforçar o dispositivo de combate a incêndios durante o verão. Medida que não compensa as falhas que existem na estrutura de bombeiros profissionais, considera Fernando Curto.

 

Falta de bombeiros afeta operacionalidade

«Faltam entre 5 mil a 5500 bombeiros. Mas nós não estamos a pedir a entrada de mais bombeiros. Estamos a falar dos que faltam à estrutura, que é o quadro orgânico. Ficávamos muito contentes se fossem compensados os que se foram embora», disse o presidente da ANBP.

Esta situação  coloca em causa, em algumas situações, a operacionalidade das corporações. «O trabalho dos bombeiros faz-se em equipa. Cada viatura leva cinco ou seis elementos. Não os tendo, vai com dois elementos. Faço sempre um trabalho pior, se não tiver a guarnição completa numa viatura», exemplificou.

Uma valência onde a falta de elementos é mais notada, segundo Fernando Curto, é a das matérias perigosas. «A Equipa de Intervenção de Matérias Perigosas, salvo erro, tem 20 elementos. Nós temos corpos de Bombeiros profissionais que não podem atuar em casos de matérias perigosas, porque não têm a equipa», acrescentou.

Tendo isto em conta, Fernando Curto apela a que sejam lançados, «rapidamente, concursos para a admissão de novos bombeiros profissionais».

Lembrando as dificuldades financeiras com que o país se debate, Miguel Macedo considerou que a solução poderá passar pela dimensão intermunicipal e a criação de respostas conjuntas. Esta será «a altura ideal para fazer essa reflexão», disse o membro do Governo.

A criação de dispositivos intermunicipais de Proteção Civil, com recursos humanos e materiais partilhados, poderá poupar dinheiro às Câmaras, ao mesmo tempo que «aumenta a capacidade de resposta».

Para Fernando Curto, esta «pode ser uma solução», mas salienta que não contorna a questão financeira. «Era como dizia o presidente da Câmara de Olhão António Pina. Sendo municipal ou intermunicipal, se não houver verbas, mantém-se o problema», considerou.

sulinformacao

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