O investimento de 11 milhões de euros que será feito no Centro Hospitalar do Algarve durante o ano de 2017 é para realizar «nos primeiros meses dos anos», tendo a preparação dos procedimentos necessários para a aquisição de material começado «logo no dia 2 de Janeiro», de modo a acelerar o processo, garantiu ao Sul Informação o presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve João Moura Reis.
A maior fatia deste “bolo”, perto de 6 milhões de euros, será aplicada na aquisição de equipamento médico-cirúrgico e de diagnóstico, que o responsável por esta entidade admite ser «prioritária».
«Há investimento, ao nível do CHA, que é tão prioritário, que neste momento já está em andamento. Há uma série de compras que já estão os processos a andar: os concursos, a procura de material, etc. Isto está a acontecer, essencialmente, ao nível do material médico-cirúrgico, mas também reparação de equipamento ou compra de novo», assegurou João Moura Reis.
Nesta área, a diferença entre 2016 e 2017 será grande. No ano passado, foram investidos em equipamentos e sistemas médicos, 585 mil euros, sendo que, em 2017, «este esforço de investimento será intensificado» e terá «particular incidência nas áreas de diagnóstico e equipamento cirúrgico, com montantes orçamentados de 2,4 e 3,6 milhões de euros, respetivamente», precisou a ARS, numa nota enviada às redações.
Outra rubrica com uma dotação financeira considerável (ver tabela em baixo), é a relativa às obras/requalificação de Infraestruturas: 1,4 milhões de euros, só em 2017. No ano que agora começa, «serão desenvolvidos, essencialmente, projetos de renovação das infraestruturas, dada a antiguidade das instalações, no sentido de garantir a funcionalidade das mesmas e simultaneamente melhorar as amenidades e condições de conforto nas unidades hospitalares de Portimão, Faro, Serviços de Urgência Básica e Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental».
Aos 11 milhões que há para gastar, já este ano, juntar-se-ão cerca de 8 milhões, a gastar nos próximos dois anos. A ARS já fez um plano de investimentos nos hospitais da região até 2019, cuja dotação orçamental global é de cerca de 19,1 milhões de euros, como já se sabia desde final de Dezembro. Este investimento será feito pelo próprio CHA, mas o dinheiro chega através da ARS, entidade responsável pelo setor da saúde na região.
A ARS aproveitou o anúncio do investimento que pretende realizar no CHA para fazer um balanço «positivo» do primeiro ano do Conselho de Administração dos hospitais do Algarve, que, neste «ano de arranque», quis «recentrar a sua atividade na melhoria da prestação de cuidados de saúde à população e afirmando o papel do centro hospitalar a nível regional no que respeita ao apoio ao ensino e à investigação na área das ciências da saúde, o qual se pretende que venha a ser no futuro um importante vetor no desenvolvimento do Algarve».
Dessa forma, em 2016, houve um «aumento do número de profissionais, upgrade dos sistemas de informação, investimento em tecnologia, renovação do parque informático, requalificação de infraestruturas e aquisição de novos equipamentos clínicos» e foram contratados «mais 150 profissionais de saúde nas unidades do centro hospitalar». «Uma das preocupações imediatas foi colmatar as carências conhecidas desde há muitos anos no setor da saúde no Algarve», assegurou a ARS.
A ARS prometeu, ainda, que o processo de contratação «continuará a merecer todo o empenho da administração do CHA em 2017, estando inclusive a terminar o concurso que prevê a colocação de mais 48 médicos especialistas».
Ao nível dos investimentos nas unidades do Centro Hospitalar do Algarve, a ARS assume que «a realização foi modesta e traduziu-se num investimento com o montante total de 960 mil euros». Um valor «claramente inferior às necessidades de reabilitação e desenvolvimento da infraestrutura técnica das unidades hospitalares».
No departamento da informática e sistemas de informação, a entidade diz que foram modernizados, no último ano, os sistemas de informação dos laboratórios e dos terminais de diagnóstico do serviço de radiologia e sistemas de armazenamento de imagem clínica, foi implementada a Receita Eletrónica em todo o centro hospitalar, a cobertura de wifi nas instalações foi alargada, assim como o sistema de Teleconsulta chegou a novas unidades de saúde familiar da região. Foram ainda adquiridos 400 novos computadores para as unidades hospitalares e 80 impressoras.
O CHA conseguiu também aprovar, no final do ano, duas candidaturas ao Algarve 2020 para a implementação de um sistema de informação para diagnóstico e arquivamento de exames de cardiologia, nas áreas da hemodinâmica e ecocardiologia, para a reestruturação do Datacenter, para a implentação de sistemas de Gestão Documental, Gestão de Filas de Espera e Controlo de entradas/saídas de visitantes nos serviços de Internamento e de um sistema eletrónico de atendimento presencial para «uma solução integrada de efetivação, controlo e pagamento nas Consultas Externas».
Em 2017, a ARS revela que existirão investimentos na unificação dos sistemas de informação dos laboratórios de Patologia Clínica, na implementação das requisições eletrónicas de exames na Anatomia Patológica e na Cardiologia e na substituição do servidor SONHO.
Em termos de obras e requalificação de infraestruturas, em 2016, foi substituída integralmente a rede de águas sanitárias do SUB de Vila Real de Santo António, foram pintados espaços no interior do SUB de Vila Real de Santo António, foram construídos novos balneários para profissionais de saúde no edifício Ambulatório da unidade hospitalar de Faro e houve ainda trabalhos na Farmácia de Ambulatório.
A ARS explica que «2016 foi o início de um ciclo trienal de requalificação e desenvolvimento da estrutura hospitalar para o qual se prevê um investimento global de 19,2 milhões de euros, dos quais 11,2 milhões se concretizam já em 2017».