Cerca de duas dezenas de pessoas, na companhia de três cavalos, manifestaram-se ontem à tarde em frente à Direção de Serviços de Alimentação e Veterinária da Região do Algarve – DGAV, no Patacão, em Faro, contra a alegada falta de atuação deste organismo no caso dos cavalos maltratados em Lagoa.
Os manifestantes fizeram questão de levar para o protesto três cavalos que demonstram como deve ser tratado um equídeo, uma vez que, segundo a DGAV, depois de «diversas diligências no sentido de apurar o estado dos animais pertencentes ao Sr. António Vieira Félix» foi constatado que «na sua generalidade, se encontravam com um adequado estado corporal, com exceção de uma égua que estava a amamentar». Algo que as fotos dos animais em causa, tiradas em Setembro último, parecem desmentir.
A presença dos animais pretendia, segundo os manifestantes, mostrar «cavalos em boas condições físicas, para demonstrar as diferenças entre o que eles dizem ser e o que é, efetivamente, o adequado estado corporal de um equídeo».
A DGAV, num esclarecimento enviado ontem à RTP, acrescentou ainda que a atual condição corporal dos animais, que estão «devidamente identificados», é «normal para a região e para a época do ano» e que o caso está a ser acompanhado numa «base semanal».
No entanto, estes esclarecimentos não foram prestados aos manifestantes que ontem estiveram no protesto, uma vez que não foram recebidos por ninguém da DGAV.
Os manifestantes revelaram aos jornalistas que, neste momento, não sabem onde os animais se encontram, «se foram abatidos, ou não».
Sandra Bento, uma das manifestantes, contou o caso de uma égua que terá sido retirada a António Félix pela DGAV, colocada em Messines num depositário, «com um período de recobro mínimo de três meses», mas que, quinze dias depois, terá sido «retirada do local pelo próprio António Félix, e legalizada, chipada e registada em nome do filho» pela DGAV, ação que os manifestantes também criticaram.
O caso dos sete cavalos e éguas de António Félix, largados num terreno privado à entrada de Lagoa, junto à Escola Secundária, esqueléticos, sem comida nem água à vista, voltaram a inundar, desde finais de Agosto passado, as redes sociais, tendo até sido criada, no Facebook, uma página denominada «Stop António Félix».
Veja aqui as fotos do protesto: