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O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) está prestes a adquirir uma nova impressora 3D, que permitirá ao Núcleo de Produtos de Apoio «produzir próteses e ortóteses mais rapidamente e, assim, reduzir os tempos de reabilitação», adiantou ao Sul Informação Clarisse Mendes, terapeuta ocupacional e coordenadora daquele Núcleo.

Aliado a esta aquisição, o CHUA vai beneficiar de serviços de consultoria especializados que vão permitir cimentar a cultura de gestão da saúde com base no valor, «gerando melhores resultados em saúde para os doentes, e também maior eficiência para o hospital».

A explicação foi dada esta segunda-feira, 27 de Fevereiro, ao Sul Informação por Vítor Papão, representante da Gilead Sciences, financiadora e uma das parceiras do Prémio “Mais Valor em Saúde”, que o CHUA venceu. 

Com recurso a scâner e impressão 3D, a equipa do Núcleo de Produtos de Apoio poderá assim «desenvolver produtos para a adaptação em internamento e ambulatório de vários tipos de patologias e mais rapidamente» e «confecionar coletes e ortóteses de uma forma mais simples», explicou Clarisse Mendes à margem da assinatura do protocolo entre este hospital e os parceiros das Bolsas “Mais Valor em Saúde”.

Além disso, o novo equipamento permitirá reutilizar alguns produtos, dado que a impressora ajudará a readaptá-los, contribuindo para a recuperação e reciclagem de termoplástico, reduzindo o seu impacto no sistema.

Apesar de a nova impressora ficar instalada na Unidade Hospitalar de Faro, Clarisse Mendes esclarece que o novo equipamento dará também resposta ao Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel, e aos Hospitais de Portimão e Lagos, onde estará instalado um scâner.

 

Clarisse Mendes explica o projeto a Björn Vandewale, da Exigo. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

«Isto permite que os colegas das outras unidades façam o scâner do segmento de que precisam, e nós, em Faro, recolhemos as imagens e conseguimos logo desenvolver o produto, minimizando o tempo», continua a terapeuta.

«Com esta impressora conseguimos atuar desde o dia zero, permitindo otimizar o trabalho e impedir também que as pessoas fiquem mais tempo internadas ou de baixa», conclui.

Mas, afinal, em que consiste o prémio das Bolsas “Mais Valor em Saúde” e como irá ajudar esta equipa do CHUA?

«O prémio consiste em horas de consultoria que são financiadas no valor de 50 mil euros e aquilo que se pretende com estas horas de consultoria é que a Exigo venha ao hospital e trabalhe com a equipa do projeto no sentido de se implementarem os princípios de value patient healthcare », explicou Vítor Papão ao nosso jornal durante a assinatura do protocolo.

«Este prémio que o projeto ganhou vai permitir, com esta parceria, otimizar o projeto integrado e coordenado pelo Núcleo de Produtos de Apoio e chegar mais longe, conseguindo até outras parcerias e financiamento para que o projeto avance», frisou também Ana Varges Gomes, presidente do Conselho de Administração do CHUA.

 

Ana Varges Gomes, presidente do Conselho de Administração do CHUA, e Vítor Papão, da Gilead, assinam protocolo. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Durante um ano, a equipa do Núcleo de Produtos de Apoio vai assim usufruir dos serviços de consultoria da Exigo, com quem trabalhará neste projeto único no panorama hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

«Estamos muito felizes por poder ajudar esta equipa com este projeto inovador que, seguramente, vai trazer melhor qualidade de vida aos utentes, que é o mais importante, e trazer também mais eficiência ao hospital», diz Björn Vandewalle, vice-diretor e responsável para a Ciência e Inovação na Exigo Consultores, e membro do Comité Executivo do «Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem».

O Núcleo de Produtos de Apoio, integrado no Departamento de Ensino, Inovação e Investigação CHUA (DEII) e em parceria com a Escola Superior de Saúde da UAlg, foi formalmente inaugurado em Novembro e surge, assim, com o objetivo de contribuir para uma estratégia de eficiência no serviço dos doentes em reabilitação.

O facto de se tratar de um projeto pioneiro contribuiu para a avaliação do júri do prémio.

«Uma das características principais das bolsas “Mais Valor em Saúde” é precisamente ajudarmos a criar projetos únicos, mas que tenham características de replicabilidade muito grandes para que se tornem exemplos também de disseminação para outros hospitais. É um primeiro passo importante para todos nós, promotores, SNS, e também para melhores resultados em saúde», conclui Filipe Machado, da Gilead Sciences.

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

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