A Ordem dos Médicos (OM) denunciou ontem, em comunicado, a situação de «rutura» em que se encontra a especialidade de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), considerando que pode afetar a realização de cirurgias de urgência.
O Conselho Distrital do Algarve da OM, que classificada a Cirurgia Geral como «uma das especialidades básicas e fundamentais nos hospitais», acrescenta que na última semana, alguns turnos de 12 horas de urgência foram assegurados «apenas por um especialista», o que pode pôr em causa as cirurgias de urgência ou obrigar à transferência de doentes para outros hospitais.
Segundo a OM, apenas o «espírito de sacrifício» dos médicos tem evitado que haja doentes a transferidos para outros hospitais, fora do Algarve, para a realização de cirurgias.
A OM acusa ainda o Conselho de Administração do CHA de «completa incapacidade» e «inaptidão» para resolver o problema, que diz arrastar-se há dois anos e que terá começado com a perda de idoneidade formativa em cirurgia na unidade de Faro.
Para mais, acrescenta o comunicado da OM, um dos serviços da cirurgia está há dois anos sem diretor, contribuindo para a instabilidade daquele serviço e para o atual estado de rutura da cirurgia geral, problema que é «muito urgente» resolver.
Para a Ordem dos Médicos, é também lamentável que o CHA não tenha conseguido fixar os jovens especialistas que se formaram quando ainda havia idoneidade formativa, salientando que esses se têm ido embora para outros hospitais por terem que trabalhar quase exclusivamente para a Urgência.
O Sul Informação já pediu uma reação sobre estas denúncias ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve.