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A Baía de Armação de Pêra pode vir a tornar-se uma Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário. Pelo menos essa é a intenção da Câmara de Silves, da Universidade do Algarve, através do CCMAR, da Associação de Pescadores de Armação de Pêra e da Junta de Freguesia daquela vila, que promoveram uma reunião de trabalho, na passada sexta-feira, 30 de Novembro, para apresentar as bases deste projeto. A proposta deve ser entregue, ao Governo, no próximo ano.

Esta iniciativa é apoiada «num estudo da Universidade do Algarve que sintetiza o conhecimento técnico e científico sobre esta baía» e «assenta no reconhecimento do recife da Baía de Armação de Pêra como uma das áreas com maior biodiversidade e produtividade da Costa Algarvia», explica a Fundação Oceano Azul, também envolvida no projeto.

Segundo o documento de informação de base que sustenta o projeto, citado pelo jornal Terra Ruiva, o objetivo desta medida é o de «inverter as atuais tendências de declínio da pesca e de preservar habitats, espécies, processos ecológicos, que no seu todo suportam serviços de ecossistemas essenciais ao bem-estar humano».

O primeiro passo do projeto, segundo aquele jornal, foi «um levantamento de informação transdisciplinar, promovido pela Fundação, em parceria com a Universidade do Algarve e em particular com o CCMAR, visando estabelecer uma Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário na costa sul do Algarve. A área em questão está compreendida entre o farol da Alfanzina (limite oeste) e a marina de Albufeira (limite este), e estende-se até a uma profundidade de 30m, totalizando uma área total de 94,5 quilómetros quadrados».

De acordo com estudos de mapeamento de habitats e biodiversidade marinha, realizados entre 2003 e 2017, foram identificadas nesta área 889 espécies, 19 delas com estatuto de conservação, como os meros e os cavalos-marinhos.

O mesmo documento citado pelo jornal silvense realça que «a singularidade da Baía de Armação de Pêra é reforçada pela descoberta de mais 45 novas ocorrências em Portugal e sobretudo de 12 novas espécies», que não foram identificadas noutros locais.

Além disso, também ao nível da pesca, a baía, que tem o maior recife natural de Portugal, é particularmente importante, uma vez que estudos de mapeamento demonstraram a existência de «bancos de pesca importantes para a pesca local e costeira» e condições «que favorecem o crescimento e sobrevivência das larvas de peixe, nomeadamente de sardinha».

A Fundação Oceano Azul diz que as entidades envolvidas no projeto «pretendem alcançar uma utilização sustentável, promovendo a pesca local e o turismo de natureza sustentáveis, a par com a sua preservação e a proteção dos seus valores naturais, biodiversidade e serviços (capital natural azul)».

A iniciativa quer ainda implementar «medidas eficazes que promovam a sustentabilidade dos recursos e impeçam o desenvolvimento de atividades que afetem irreversivelmente este ecossistema marinho, de importante riqueza para o Algarve e para Portugal».

A reunião de trabalho teve a participação de 28 atores regionais, entre eles autarquias, associações representativas da atividade piscatória e das atividades marítimo-turísticas, representantes da administração central, universidades, laboratórios do Estado, organizações não-governamentais ou empresas, «tendo todos sido convidados a manifestar o interesse em participar no desenvolvimento deste processo que decorrerá durante o próximo ano».

Os promotores dizem não ter dúvidas «de que o envolvimento de todas as partes que se mostrem interessadas na criação de uma Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário (AMPIC) da Baía de Armação de Pêra é fundamental para que se encontre o melhor caminho para a preservação deste ecossistema marinho e dos seus valores naturais, condição que permitirá, igualmente, o desenvolvimento económico sustentável da região e do país».

sulinformacao

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