A PSP está «alerta» para possíveis ameaças terroristas no Algarve. O Comandante Distrital da PSP de Faro Ricardo Abreu Matos garante que, no que ao terrorismo diz respeito, «qualquer indício é, à partida, valorizado até que uma análise mais cuidada nos permita descansar».
Ao Sul Informação, o responsável pela PSP no Algarve explicou que «não estamos isolados do mundo e algumas medidas estão a ser tomadas: reforçámos a nossa segurança no Aeroporto, que é a principal porta de entrada no Algarve. Este ano, esperam-se sete milhões de passageiros e demos formação não só aos elementos policiais no Aeroporto, mas também aos restantes funcionários que ali gravitam, como empresas de segurança, transportes, aluguer de automóveis. Fizemos com estas empresas ações de sensilbilização relativamente à questão do terrorismo».
Estas formações foram realizadas no início do mês e incidiram sobre a «prevenção e deteção de sinais de radicalização e de terrorismo».
Além dos agentes da PSP, receberam formação trabalhadores da ANA, Portway, Prossegur, Securitas, GNR, Restflight, Autoridade Tributária, Repsol, Multiserviços e Jet2, «para mais facilmente poderem detetar e reconhecer os principais processos de radicalização».
Segundo nota da PSP, «foram também abordadas as principais ideologias associadas ao terrorismo e o normal ciclo de ataques terroristas e foi enfatizada a importância da comunicação e da partilha de informação entre os diversos parceiros da comunidade aeroportuária».
Abreu Matos explicou, na sua entrevista ao Sul Informação, que «tem chegado informação da Direção Nacional da PSP de indicadores e dos principais elementos a que devemos dar atenção» e assume que, «de facto, estamos alerta. As pessoas estão cientes dos riscos, temos excelentes relações com as outras forças de segurança e serviços que trabalham aqui no Algarve. Reunimo-nos mensalmente, de forma regular, e sempre que é necessário, quando se verifique uma situação extraordinária».
O Algarve está dotado de equipas de inativação de explosivos e cinotécnicas, com cães treinados para a deteção de bombas. Ao longo do último ano, a presença destas equipas na região já se mostrou útil mais do que uma vez.
Além da ameaça de bomba num avião da TAP, em Fevereiro deste ano, em Junho do ano passado, dois objetos suspeitos, na zona do Bom João, em Faro, levaram ao isolamento da área e à chamada da equipa de inativação de explosivos. Tudo não passou de um susto, uma vez que os objetos eram, na realidade, sonómetros.
Para Abreu Matos, estes dois exemplos mostram que a PSP «não desvaloriza nenhuma ameaça. Qualquer ameaça é considerada e valorizada e toma-se as medidas. Neste Comando, temos uma grande vantagem: temos a equipa de inativação e uma das especialidades dos cães que cá temos é a deteção de explosivos», conclui Abreu Matos.