O vento forte que ocorreu no dia 27 de setembro em Montemor-o-Novo (distrito de Évora), provocando a queda de árvores numa avenida e destelhando prédios, não foi um tornado, explicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, depois de analisar o fenómeno.
O IPMA diz que «pelas 12h36 UTC, as observações com radar Doppler mostram a presença de uma supercélula (SC) nas imediações daquela cidade».
No entanto, tendo em conta o «reduzido tempo durante o qual o fenómeno terá afetado a área, segundo relatos», a «natureza dos danos documentados», a «aparente inexistência de um rasto de destruição», e a «inexistência de relatos inequívocos mencionando a visualização da tromba de tornado», o IPMA considera que «não existem elementos para afirmar ter-se tratado de um tornado».
Por isso, acrescenta, «poder-se-á ter tratado da descida, até junto da superfície, de uma circulação intensa associada ao mesociclone da referida SC, ou de um fenómeno de tipo microburst».
Os estragos ocorreram na avenida Gago Coutinho, em Montemor-o-Novo e traduziram-se na queda de cerca de duas dezenas de árvores com danos diretos em automóveis ligeiros e no destelhamento de algumas habitações, obrigando ao corte daquela avenida para desobstrução.
O IPMA acrescenta, em comunicado, que no dia 27 de setembro, «o estado do tempo em Portugal Continental foi condicionado por uma depressão centrada a oeste da Galiza e pela passagem de uma frente oclusa. Na sua circulação era transportada uma massa de ar equatorial modificada e o perfil vertical do vento sugeria wind shear pouco acentuado. Estas condições são consistentes com a ocorrência de convecção organizada».