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98% dos turistas que visitaram o Algarve em 2016 avaliam-no de forma positiva, já que também veem o destino como sendo «lindo, maravilhoso e divertido». Estas são algumas das conclusões do estudo “O perfil do turista que visita o Algarve”, da autoria de Antónia Correia e Paulo Águas, apresentado esta quinta-feira, dia 6 de Abril, na Região de Turismo do Algarve (RTA), em Faro.

Este trabalho dos dois professores da Universidade do Algarve (UAlg) partiu do resultado de 4205 inquéritos realizados em dois períodos: de Julho a Agosto e de Setembro a Outubro.

No estudo, é feita a divisão entre dois tipos de turistas: o tradicional (aquele que utiliza as formas de alojamento tradicionais) e o residencial (os que se alojam em casa própria, de familiares ou amigos ou que alugam casas privadas).

E a verdade é que se chegou a conclusões. Por exemplo: 96% dos turistas garantem que vão recomendar a região a amigos e familiares e 97% admitem querer regressar ao Algarve.

 

Aqui surgem, ainda, outros dados. De entre os turistas tradicionais, 74% diz já ter visitado a região antes, ao passo que, no ramo dos turistas residenciais, a percentagem sobe para 87%. Ou seja: há mais turistas repetentes do que novos.

Há também uma grande afinidade demonstrada pelos turistas com a região e as emoções positivas que o Algarve causa. «Visitar o Algarve diz muito sobre quem sou», «Sinto-me muito apegado ao Algarve» e «Eu sinto que o Algarve é parte de mim» são, por ordem de importância, as três expressões que melhor espelham esta afinidade. Embora seja mais profunda entre os turistas residenciais, a afinidade é igualmente significativa entre os turistas tradicionais. Uns e outros constituem-se como excelentes embaixadores do Algarve. Por períodos, são os turistas que viajam em Julho/Agosto que maior afinidade revelam com o destino.

Algumas destas vindas à região têm o cunho da longevidade. É que, por exemplo, de entre os turistas residenciais, 15% visita o Algarve desde a década de 80, e, no que diz respeito aos turistas tradicionais, o número é de 9%.

Este gosto pela região «começa logo a emergir na primeira visita», garantiu Antónia Correia. «Depois vai-se intensificando nas visitas seguintes», acrescentou. Até porque o turista «considera as férias no Algarve como terapêuticas».

A sazonalidade – uma crítica apontada à região – também foi avaliada. Os dados confirmam: 61% das pessoas visita a região entre Julho e Agosto e 39% entre Setembro e Outubro.

Já 55% das pessoas que vêm ao Algarve visita mais do que um concelho, ao passo que 11% viajam para outros locais do país e 4% ainda dá “um saltinho” à vizinha Espanha.

Mas há mais: a praia é o principal fator de atração para quase metade (47%), enquanto 48% partilham fotos, textos ou vídeos relacionados com a região nas redes sociais. Quanto à disposição dos turistas pelo Algarve, o Barlavento é quem ganha, ao ser a escolha de 64%. A zona central do Algarve tem 21% das preferências e o Sotavento 15%.

 

Os autores do estudo

Uma das conclusões do estudo foi constatar que «o Algarve é a principal região turística do país», mas pretendeu-se ainda responder à questão sobre qual é o impacto económico destas visitas. Segundo este trabalho, o turista tradicional gasta 1275 euros numa estadia de nove dias, ao passo que o turista residencial gasta 1600 euros durante 13 dias.

Para Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, esta análise será agora «a base de trabalho para aquilo que podemos retificar ou corrigir». Os números parecem ser positivos, mas, para este responsável, o objetivo é «chegar aos 100%» no grau de satisfação de quem visita a região.

Com vista a este propósito, uma das necessidades é «a diversidade», com apostas «na gastronomia» ou «no posicionamento cultural». Até porque quem vem ao Algarve não tem objetivos iguais. De uma família de «quatro ou cinco pessoas, cada um quer uma experiência diferente, desde as caminhadas, as bicicletas, o golfe, a praia ou a animação cultural», explicou Desidério Silva.

Os dados foram lançados, os números alegram o Algarve, mas também há críticas dos turistas. A saber: o trânsito, o congestionamento, o trânsito… e o preço.

De acordo com o estudo, o futuro da região passa por alguns eixos de ação: «manter a procura nos mercados consolidados, rejuvenescendo produtos, promover o turismo de natureza e gastronomia, evoluir para um destino inteligente» e «atrair novos mercados».

 

 

Outros dados deste estudo de mais de 170 páginas:

De acordo com os dados revelados pelo estudo, os turistas residenciais permanecem, em média, 12,6 dias no Algarve, sendo que a grande maioria já conhecia a região (87%), local que visitam pelo menos uma vez por ano (49%), partilhando as suas férias nas redes sociais (48%).

Além da casa própria, utilizam também o arrendamento privado (47%) que é reservado maioritariamente online (61%), no Booking.com (23%) ou no AirBnb (28%), sugerindo que cada vez mais o alojamento local ganha consistência e quota de mercado.

Os turistas tradicionais, por seu turno, alojam-se maioritariamente em hotéis (53%) ou resorts (34%) por 8,9 dias. Uma procura maioritariamente estrangeira (79%) justifica a deslocação por via área (68%).

Também estes turistas são habituais na região (74%), ainda que com uma cadência de visita menor (39% fazem-no uma vez por ano e 33% ocasionalmente).

O turismo tradicional é sobretudo proveniente de Portugal (21%), Reino Unido (25%) e Alemanha (11%), enquanto o turismo residencial alberga nacionais (42%), britânicos (19%) e franceses (8%).

Em termos económicos, cada visitante faz um gasto médio de 136 euros por dia, gerando uma receita estimada de 1400 euros por turista.

No caso dos turistas residenciais, férias, reforma e investimento são os três principais fatores a justificar a decisão de fixar a base de férias no sul do país, contribuindo de forma decisiva para o impacte económico do turismo na região que registou um fluxo de dormidas superior a 18,1 milhões em 2016 (face a 16,6 milhões em 2015).

No que diz respeito à dispersão territorial, Albufeira (42%), Loulé (12%) e Portimão (12%) são os municípios preferidos pelos turistas tradicionais, assumindo-se como os grandes polos turísticos da região.

O turista residencial, por sua vez, espalha-se por uma franja maior do sul do país, uma vez que, para além dos três concelhos citados, que concentram 50% destes turistas, Faro (7%), Lagos (8%), Silves (7%) e Tavira (7%) são também bastante procurados.

 

Clique aqui para aceder ao estudo

 

 

 

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