A Associação de Comércio e Serviços do Algarve (ACRAL) é «favorável» ao desenvolvimento do projeto Algarve Cluster Multiusos, previsto para a zona a sul da área industrial de Loulé (Campina de Baixo), mas «sem a componente de comércio».
«Um parque temático ligado ao turismo náutico é positivo; a criação de um centro de congressos é bem-vinda; projetos ligados à saúde e ao turismo de bem-estar são de saudar, mas a vertente comercial está aqui, claramente, a mais, especialmente depois da aprovação do IKEA», considera Álvaro Viegas, presidente da direção da ACRAL.
Este empreendimento, tal como o Sul Informação noticiou na semana passada, a implantar num terreno com perto de 60 hectares, contíguo à antiga fábrica da cerveja Marina e junto ao nó da A22 com EN 396 (Quarteira-Loulé), além das valências já referidas, prevê também uma componente de comércio.
Em relação a esta componente, a ACRAL é «frontalmente contra». «O centro comercial do IKEA vai ter 220 lojas; na mesma área de influência já existem dois outros centros comerciais e várias médias superfícies, todas elas com uma componente comercial: juntar a tudo isto mais um empreendimento, também ele com uma componente de comércio, é claramente excessivo e até contraproducente», sustenta o dirigente associativo
Um dos promotores do projeto disse ao Sul Informação que a vertente comercial do empreendimento será mais centrada nos serviços, mas a ACRAL salienta que, no despacho conjunto dos secretários de Estado da Indústria, do Turismo e do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, publicado em Diário da República na terça-feira, 17 de Maio, o Algarve Cluster Multiusos é descrito como um «espaço destinado a atividade comercial e de serviços», um «centro de inovação empresarial» e um «parque temático», por esta ordem. Este facto deixará a ACRAL «atenta», conclui Álvaro Viegas.