Uma ligação ferroviária ao Aeroporto «é sem dúvida muito importante, mas não chega: é necessário redesenhar toda a Linha do Algarve e levar o comboio até onde estão as pessoas», defendeu a Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL).
A associação empresarial algarvia veio a público pedir uma mudança profunda na linha ferroviária que liga VRSA a Lagos e afirmar a necessidade de se relançar o debate da sobre a regionalização, temas que estiveram em cima da mesa num encontro mantido esta segunda-feira entre o presidente da ACRAL Álvaro Viegas e João Vasconcelos, o deputado do Bloco de Esquerda eleito pelo Algarve.
A tomada de posição da ACRAL surge dias depois do Sul Informação ter avançado que a ligação ferroviária ao Aeroporto de Faro é uma prioridade do Governo, que segundo o ministro das Infraestruturas Pedro Marques, avançará, «se não antes, no início do próximo quadro comunitário».
Garantia que não sossega nem Álvaro Viegas, nem o deputado do BE, já que, frisa a associação empresarial, «a obra não está contemplada no Plano de Investimentos Ferroviários 2016-2020».
«O Aeroporto de Faro tem anualmente mais de 7 milhões de passageiros. Isso justifica amplamente a necessidade – e a oportunidade – dessa ligação, mas a Universidade do Algarve tem 10 mil estudantes e também deveria ser servida por aquele meio de transporte», defendeu o presidente da ACRAL.
Por outro lado, «alguns dos principais polos turísticos da região, lamentavelmente, não têm ligação ferroviária, nomeadamente Quarteira, Vilamoura e Albufeira», o que justifica o redesenho da linha férrea, uma vez que a mobilidade interna na região «é mais um dos instrumentos decisivos para promover a competitividade do Algarve e combater a sazonalidade».
Outro tema discutido na reunião entre Álvaro Viegas e João Vasconcelos foi o da regionalização. «A reorganização administrativa do país é um imperativo nacional, inscrito na Constituição e eternamente adiado: está na hora de reabrir esse dossier», defendeu o presidente da ACRAL.