O Aeroporto de Beja, que celebra hoje, 13 de abril, o seu 5º aniversário de atividade, continua a procurar novas áreas de negócio para rentabilizar a estrutura e criar postos de trabalho, salienta a ANA, empresa responsável pela sua gestão.
A ANA salienta, em nota de imprensa, que o aeroporto alentejano é um «importante ativo da rede de transportes da região», reunindo «todas as condições para se constituir como uma infraestrutura fundamental para o desenvolvimento de toda a região do Alentejo».
No entanto, a empresa manifesta-se «ciente que tal propósito depende de variáveis de contexto associadas ao desenvolvimento da própria Região, nomeadamente ao nível económico, cuja evolução não controla nem está em condições de antecipar».
Assim, até ao momento, e embora existam vários «produtos geradores de procura», a ANA salienta que «a região do Alentejo ainda não dispõe de um mercado com dimensão suficiente para viabilizar a existência de fluxos turísticos e de carga para os quais o transporte aéreo seja um elemento determinante».
Isso mesmo é revelado pelos fracos resultados das «operações comerciais exploratórias que resultaram da cooperação entre a ANA, as entidades do Turismo e Operadores» e que foram sendo feitas ao longo destes cinco anos de atividade
No entanto, salienta a empresa, «apesar dos esforços efetuados, a diminuta procura por parte da aviação comercial levou a repensar a atividade deste Aeroporto e a vocacioná-lo para outro tipo de operação».
Assim, a ANA tem apostado na implantação de atividades de natureza industrial naquela infraestrutura, capazes de gerar investimentos e criar postos de trabalho, nomeadamente a manutenção e desmantelamento de aeronaves e o estacionamento de aeronaves de média-longa duração.
Como resultado desta estratégia, a ANA e a Aeroneo formalizaram, em 31 de Julho do ano passado, a assinatura de uma Licença de Ocupação e Exploração que visa a construção e exploração de uma unidade industrial no perímetro do Aeroporto de Beja, destinada à manutenção, desmantelamento e certificação de componentes recuperáveis de aeronaves.
O investimento programado e publicamente anunciado nesta nova unidade industrial ascende a cerca de 8 milhões de euros e poderá proporcionar a criação até cerca de 100 postos de trabalho, sendo que se prevê a sua entrada em pleno funcionamento dentro de três anos. Este projeto estruturante, cujas obras se espera sejam iniciadas em breve, «terá um impacto significativo na região do Alentejo».
A ANA também tem vindo a desenvolver esforços para que Beja se afirme no segmento do parqueamento de aeronaves, esforços esses que começaram a apresentar resultados no início de 2016 com a presença da companhia aérea Hi Fly, da euroAtlantic airways e da SATA.
Atualmente, o Aeroporto de Beja constitui-se como a base de operações da frota de aeronaves wide body da Hi Fly, sendo que tem garantido, desde Janeiro, o estacionamento de 3 a 5 aeronaves que utilizam diariamente a infraestrutura como plataforma giratória entre operações, incluindo atividades de suporte, nomeadamente de manutenção. Em resultado de tudo isto, a companhia já procedeu a recrutamentos na região.