A primeira escala do cruzeiro de 6 estrelas «Seven Seas Explorer», que hoje de manhã devia ter ocorrido no Porto de Portimão, foi abortada à última hora pelo comandante do navio do operador Regent Seven Seas Cruises.
No mar e em terra, garante José Pedro Soares, membro da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), estava tudo «super preparado», pelo que, admitiu em declarações ao Sul Informação, «a decisão do comandante de não entrar no porto foi um verdadeiro balde de água fria».
«A decisão do comandante é soberana, mas só temos a lamentá-la», reforçou José Pedro Soares.
O comandante do «Seven Seas Explorer» terá invocado razões ligadas às condições do mar para não fazer a tão esperada primeira escala deste navio de luxo no Porto de Portimão. Mas, segundo apurou o nosso jornal junto de uma fonte ligada à operação marítima, «apesar do Sueste, as condições de mar, de vento, da maré, eram propícias à entrada do navio».
Para mais porque, por se tratar de um navio muito mediático e de grande luxo, a APS tinha garantido, «por excesso, todas as condições de segurança e técnicas para a operação». Além de haver «três pilotos de barra, dois a bordo e um em terra», no Porto de Portimão está também um rebocador de 75 toneladas de tração, «dos mais potentes a nível nacional, que veio de Lisboa só por uma questão de conforto para a operação», explicou o administrador José Pedro Soares ao Sul Informação.
Mesmo não tendo entrado no Porto, o «Seven Seas Explorer» podia ter optado por usar os seus tenders, as embarcações que são usadas para transportar passageiros para terra quando o navio fica ao largo e não entra no porto. Aliás, alguns dos tenders chegaram a ser usados, mas para a tripulação que veio a terra, como se pode ver pelas fotos.
Sobretudo tendo em conta que, desde o ano passado que o Porto de Portimão tem um novo cais ro-ro, com todas as condições de conforto para o desembarque dos passageiros transportados nos tenders.
Em terra, tudo estava preparado para receber os 750 passageiros do luxuoso cruzeiro. Havia viagens programadas para visitar os pontos turísticos do concelho e do Algarve. Só o Museu de Portimão deveria receber 150 desses passageiros, esta manhã.
O próprio conselho de administração da APS marcou para Portimão a sua reunião, precisamente para que, nas palavras de José Pedro Soares, «toda a gente estivesse preparada para auxiliar à mínima coisa que fosse necessária».
Por tudo isso, o administrador confessa que, desde que exerce funções na APS, «esta foi a maior desilusão que apanhei. É que não há razão para o navio não ter entrado…».
Entretanto, apesar deste balde de água fria, o ano está a correr bem para o Porto de Portimão, que em 2016 deve receber um «recorde de 52 ou 53 escalas», número que em 2017 deverá subir para «70».
Quanto às tão necessárias obras na bacia de manobra e de prolongamento do cais comercial no Porto de Portimão, apesar dos 10 milhões de euros anunciados ainda pelo anterior Governo de Passos Coelho, nunca mais se ouviu falar do assunto. E nem a atual ministra do Mar se referiu ao tema quando, no início de Agosto, interrompeu as suas férias algarvias para inaugurar o Festival da Sardinha.
Fotos: Nelson Inácio