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AJEPC logotipoEstão interessados em laranjas, azeite, vinho, mel e noutros produtos tradicionais da nossa cultura, em serviços e conhecimento ligados ao turismo e até em etanol, produzido a partir da alfarroba.

Os empresários chineses olham cada vez mais para Portugal, para adquirir produtos muito cobiçados no seu mercado nacional, e estão dispostos a vir buscá-los, também, ao Algarve.

Foi para facilitar as relações comerciais entre Portugal e a China que nasceu a Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC), em 2012. Desde Dezembro, a associação conta com uma delegação Sul, que se dará a conhecer esta quinta-feira, a partir das 19 horas, num evento que decorrerá em Tavira e juntará dezenas de empresários e responsáveis por entidades da região.

A  AJEPC tem vindo a promover muito negócio entre empresários portugueses e os seus congéneres chineses. Desde que foi fundada, no Norte de Portugal, tem-se expandido e conta já com associados espalhados pelo país. Agora, dá os primeiro passos no Algarve, numa delegação presidida pelo Jorge Passarinho.

Hoje, em Tavira, o presidente da delegação do Sul da AJEPC irá apresentar a associação aos empresários. Ao mesmo tempo, será dado um exemplo prático daquilo que podem oferecer às empresas e produtores da região, já que os convidados terão a oportunidade de falar com Siegfried Verstappen, Senior Investment Promotion Executive da Hong Kong Economic & Trade Office Brussels, que estará presente no evento.

AJEPC_Feira Internacional de Macau

A região algarvia tem estado de fora desta rede empresarial, mas não é por falta de interesse da parte da China. Desde os setores agrícola e das pescas, ao dos serviços, passando pela investigação e inovação que é operada na região, há muita coisa a chamar a atenção dos empresários daquele país da Ásia, o mais populoso do mundo.

«No Algarve, eles procuram muito as laranjas, porque são tremendos consumidores de citrinos. Até já terá havido uma abordagem, em tempos, mas que por alguma razão não correu bem. Também há uma enorme procura pelo mel. Outros produtos em que eles têm bastante interesse é nos vinhos do Algarve e nas conservas», enumerou Hugo Pereira, o secretário-geral da AJEPC Sul, em declarações ao Sul Informação.

Além de produtos alimentares, há outro que desperta um particular interesse, da parte dos empresários chineses: o etanol, mais precisamente aquele que poderá ser produzido a partir da alfarroba (e não só), foco central do projeto de investigação «Soro & Alfaetanol», que está a ser desenvolvido na Universidade do Algarve.

«Eles importam muito etanol e compram-no a países da América do Sul, que o produzem a partir de cana de açúcar transgénica, o que o torna muito caro», explicou.

«O golfe também é um produto em que eles estão a apostar cada vez mais, colocando-se também a questão do turismo. A produção de atuns, ao largo do Algarve, também é outra potencialidade», acrescentou.

Hugo Pereira

Promover este tipo de dinâmica foi, de resto, a principal razão da criação da associação. «De há alguns anos para cá começou a surgir o interesse dos chineses no mercado português e nos nossos produtos mais nobres: o vinho, o azeite, o mel e por ai fora. Também começou a haver vontade da parte dos empresários portugueses em trabalhar com os seus congéneres da China», ilustrou Hugo Pereira.

Até porque, antes de estar criada esta ponte, «não era fácil fazer negócios com a China», até pela distância entre os dois países. Assim, a AJEPC criou uma plataforma, que une empresários dos dois países, e procurou criar melhores condições, não só ao nível de transporte, mas também burocrático e, até, de confiança entre vendedor e comprador.

No fundo, há agora uma entidade que media os negócios, dando outras garantias a todos os intervenientes no negócio, para evitar más experiências. «Em todo o lado há negócios sérios e menos sérios. A plataforma disponibiliza a credibilização quer do vendedor quer do comprador», resumiu.

Os novos parceiros abriram um mercado novo aos empresários lusos que lhes permitiu, não só, escoar produto, mas, acima de tudo, evoluir. «Isto causou o renascer de uma série de negócios que estavam praticamente moribundos, e trouxe novas oportunidades de negócio, incluindo alguns que estavam guardados na gaveta, que por falta de capacidade económica ou de mercado, não desabrocharam», exemplificou.

Em alguns casos, houve mesmo um investimento na capacidade produtiva das empresas portuguesas, por parte dos compradores chineses.

Com a criação da delegação Sul da AJEPC, espera-se que estas oportunidades estejam, também, ao alcance dos empresários abaixo do Tejo, nomeadamente do Algarve.

sulinformacao

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