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11 (Medium)A vista para a costa algarvia que se aprecia do topo da Fóia apaixonou Eugene. Eugene apaixonou-se por Annelies e também aquela vista a conquistou. Agora, o casal holandês é o proprietário de um das várias unidades de alojamento local que existem no concelho de Monchique, neste caso a The Art of Joy, localizada não no topo dos 902 metros de altitude da Serra de Monchique, mas muito perto disso.

Esta é a história do The Art of Joy, mas cada uma das unidades de alojamento local ou de turismo rural que continuam a despontar no concelho serrano tem a sua, muito própria: há os descendentes de monchiquenses que recuperaram a casa dos seus avós, tios, ou pais, há os jovens que vêem no turismo uma oportunidade de lançar uma carreira, e há também aquelas pessoas que decidiram recuperar casas devolutas no meio da serra que herdaram ou compraram a baixo custo.

Atualmente, existem em Monchique 30 unidades de alojamento local, com 142 camas, e 11 unidades de turismo em espaço rural com 53 camas. 195 camas parece um número quase insignificante no panorama algarvio, mas o crescimento destes dois tipos de unidade no concelho deixa boas perspetivas. Só em 2015 nasceram oito unidades de turismo em espaço rural das 11 existentes e integraram o regime de Alojamento Local mais oito espaços.

Quinta da Idalina
Quinta da Idalina

O crescimento deste tipo de alojamento foi ontem comprovado in loco pelo secretário de Estado do Turismo Adolfo Mesquita Nunes, que inaugurou quatro destes novos espaços no concelho: A Horta do Zé Miguel, A Quinta do Tempo, A Quinta da Idalina e A Quinta da Vinha do Gaio.

O secretário de Estado disse aos jornalistas, durante a visita, que este alojamento dá reposta a um novo tipo de turismo que «vive muito da autenticidade, das experiências e dos produtos endógenos. Um alojamento local que valorize esses aspetos fica melhor posicionado do que alojamentos locais indistintos que não têm essa vocação».

Este aproveitamento dos recursos endógenos monchiquenses está presente em quase todas as unidades. Há espaços associados à produção de medronho, anfitriões que organizam caminhadas, que disponibilizam as hortas adjacentes aos hóspedes para colher produtos e cultivá-los, ou cedem um forno para fazer pão.

Rui André, presidente da Câmara de Monchique, congratula-se com o aparecimento destes novos espaços em Monchique que, inclusive, já foram utilizados pelo primeiro-ministro britânico David Cameron.

«Temos o caso do Primeiro Ministro inglês que mostra como é possível fazer férias no Algarve de uma forma diferente. Fica numa casa de turismo rural, vai à Costa Vicentina num dia, vai noutro à Praia da Rocha… É esta nova realidade que queremos vender e os resultados estão aí: as pessoas com quem falei tanto hoje [ontem], como nos últimos dias, dizem que têm boa ocupação, uma boa procura».

O aparecimento de mais unidades de alojamento em Monchique vem ajudar a transformar o concelho em mais do que um local para fazer uma paragem para almoço e subir à Fóia.

«Monchique era conhecido como um sítio de passagem. Estamos perto de uma realidade diferente, com hotéis, com uma grande oferta, com sol e praia. As pessoas vinham a Monchique, iam à Fóia, almoçavam e regressavam. Já não se pode dizer isso, já temos capacidade de alojamento e está-se a notar um acréscimo em termos de dormidas. Já era um concelho dos mais visitados, agora também começa a ser dos mais procurados», refere o autarca.

22 (Medium)Pela serra, abundam as casas abandonadas pelo êxodo da população para o litoral, mas este fenómeno da criação de espaços turísticos está a ajudar a alterar esta desertificação em algumas zonas mais remotas do concelho. «Uma das maiores valias do alojamento local é que estão a ser reconvertidas muitas casas. No caso de Monchique, isso veio a acontecer. Muitas casas que estavam abandonadas, ou para as quais não havia utilidade, converteram-se em alojamentos locais».

Muitos destes novos empreendedores não têm experiência ou formação em Turismo, por isso a Câmara Municipal quer dar uma ajuda para que este investimento privado – também muito suportado com verbas do PRODER – não seja em vão.

«Tem havido replicação do tipo de projetos, mas falta fazer muita coisa. Já temos percursos para caminhadas, boa restauração, mas falta alguma capacitação destas pessoas. Noto alguma dificuldade em “se venderem”, em ir ao encontro do cliente. Por isso, vamos apresentar, dentro de poucos dias, um novo site: visitmonchique.pt, que será um portal onde as pessoas podem gerir as suas reservas e ficam com a possibilidade de vender, a partir dali, os seus produtos», concluiu Rui André.

 

Veja as fotos da visita do secretário de Estado e das unidades inauguradas ontem em Monchique, da autoria de Martyna Mazurek.

 

 

 

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