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As associações de empresários da restauração acusam o Governo de abandonar o setor e de obrigar os empresários à tomada de medidas extremas nos seus negócios, nomeadamente a redução de pessoal, ao aumentar o IVA de 13 para 23 por cento. O aumento da taxa a cobrar à restauração foi aprovado hoje, terça-feira, na Assembleia da República.

Num comunicado conjunto, a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) e a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA) dizem acolher a decisão do Governo «com grande desagrado e preocupação» e dizem que será necessário «extinguir postos de trabalho», já que os recursos humanos são «a única rubrica onde as empresas poderão actuar para anular o efeito do aumento do IVA».

«Por se terem revelado infrutíferos os esforços levados a cabo pela duas Associações para negociar soluções alternativas com o Governo, bem como todos os apelos efetuados por inúmeras entidades nacionais e europeias (nomeadamente a Confederação Europeia do sector – HOTREC), ambos os organismos vêem com apreensão o futuro da restauração, que terá forçosamente de se reestruturar para se adaptar a esta nova realidade», lê-se no comunicado enviado às redações.

A APHORT e a AIHSA consideram, por isso, que este é um momento para «fazer uma reflexão sobre o futuro do sector» e promete dar «seguimento ao trabalho que têm vindo a desenvolver no sentido de dotar os seus associados das ferramentas necessárias para fazer frente ao actual contexto económico».

«O encerramento de um grande número de estabelecimentos e um maior incentivo à economia paralela serão outros cenários sobre os quais será necessário ter atenção. Neste sentido, a APHORT e a AIHSA continuam a defender a criação de medidas de combate à economia paralela que permitam por um lado, gerar mais receita para o Estado e, por outro, travar a concorrência desleal e criar uma maior transparência no sector», defenderam, ainda, as duas associações.

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