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Fazer o que for possível para evitar a ida do Vodafone Rally de Portugal para o Norte do país e chamar o Automóvel Clube de Portugal (ACP) a cumprir compromissos assumidos até 2015, relacionados com a prova.

Este foi o compromisso ontem assumido pelos presidentes dos sete municípios que têm vindo a acolher o Rally de Portugal desde que regressou ao World Rally Championship e das Entidades Regionais de Turismo (ERT) do Algarve e Alentejo, numa conferência de Imprensa que serviu para mostrar união e sintonia na vontade em manter este importante evento no Sul.

A possibilidade de o Rally se mudar para o Norte do país tem vindo a ser posta em cima da mesa por responsáveis pelo ACP, que organiza a prova em Portugal, ainda que não tenha sido anunciada qualquer decisão definitiva. E é essa decisão que os autarcas e presidentes das ERT querem evitar.

«Foi com enorme surpresa e perplexidade que apenas pela comunicação social tomámos conhecimento de afirmações, através das quais se colocam no ar outras hipóteses quanto às regiões onde o Rally se poderá desenrolar no futuro», disseram estas forças vivas numa declaração conjunta, lida pelo presidente da Câmara de Faro Macário Correia.

Espanto, desde logo, porque há um contrato assinado entre a Associação de Municípios Faro/Loulé para cedência do Estádio Algarve à organização do Rally, válido até 2015. Mas também por esta intenção surgir numa altura de crise, em que o evento assume uma importância ainda maior para a economia das duas regiões.

Segundo Seruca Emídio, o contrato assinado não prevê quaisquer contrapartidas, caso o ACP decida não o cumprir, já que foi assinado numa lógica de «boa-fé». Até porque, para as entidades ontem presentes na conferência de imprensa, nada parece justificar esta mudança.

«Não acredito que essa decisão seja tomada, pois vai acontecer o mesmo que fez com que o Rally tenha vindo para o Sul», acredita Seruca Emídio. O Rally de Portugal saiu do WRC por questões relacionadas com a falta de segurança e o seu regresso, com um novo figurino baseado no Algarve, ainda demorou alguns anos até convencer os responsáveis pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

Esta relação de confiança, que vem sendo ganha de ano para ano, e as provas que vêm sendo dadas nos últimos sete anos pelas entidades envolvidas são, de resto, argumentos que consideram suficientes para não se equacionar a mudança.

Além da qualidade dos troços, «que os pilotos adoram», o presidente da Câmara de Ourique Pedro Carmo salientou «a experiência ganha nos últimos anos», não só pelas entidades públicas, mas também «pelos residentes das zonas por onde passa o Rally», que ajudam a organização.

«Não estamos em condições de brincar com o fogo, pois com a mudança pode-se perder a prova a contar para o WRC», disse o autarca alentejano. Além disso, desde a primeira edição do Rally no Sul que foi pedido aos autarcas «que se envolvessem diretamente».

 

Turismo de Portugal diz que não vê razões para mudar de local

O presidente do Turismo de Portugal Frederico Costa garantiu ao responsável pelo Turismo do Algarve Desidério Silva que não há qualquer decisão e que da parte da entidade que dirige «nada faz prever que o Rally saia de cá».

Um apoio de peso, já que o Turismo de Portugal é o principal patrocinador da prova. Ainda assim, a mensagem que tem sido veiculada por responsáveis do ACP é que há grupos de pressão muito fortes no Norte, dispostos a investir para ver a mudança acontecer.

Uma questão que os sete autarcas e os responsáveis pelo turismo querem tirar a limpo numa reunião que já foi solicitada ao ACP, a acontecer «nos próximos dias». «Nesta questão, estamos todos unidos. Ainda não há qualquer decisão, isto é uma posição de prevenção em relação ao que possa acontecer no futuro», garantiu Macário Correia.

A posição conjunta foi tomada pelos presidentes das Câmaras de Ourique, Silves, Loulé, Faro, São Brás de Alportel, Tavira e Almodôvar.

 

Falta de público e paixão são razões apontadas para a mudança

Uma das justificações apontadas pelo ACP para a mudança do Rally para outro ponto do país é a «falta de paixão» dos algarvios e alentejanos em relação aos desportos motorizados, quando comparados com os de outras regiões, especialmente do Norte do país.

Uma falsa questão, na visão de Desidério Silva, que considera que «o que está aqui em causa não é a paixão». «Interessa essencialmente as condições logísticas, as infraestruturas e a segurança», disse, aspeto em que o Algarve nunca falhou, tendo em conta o retorno dado tanto pelo ACP como pela FIA.

Os autarcas presentes, que lidam mais de perto com a organização, garantiram que nunca foi apontado pela organização qualquer problema de fundo e até foram por diversas vezes alvo de elogios. Além disso, defenderam diversos autarcas, não tem havido falta de público e as zonas espetáculo costumam estar bem compostas nos respetivos municípios.

Também há a questão financeira e de interesse estratégico nacional «a ter em conta», já que este evento é um balão de oxigénio para duas regiões que estão a sentir particularmente os efeitos da crise, nomeadamente o Algarve, onde a principal atividade económica é o turismo. «O Algarve já foi espoliado de uma série de eventos e não pode perder este», resumiu Desidério Silva.

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