O PO Algarve 21 está em fase final e o novo programa operacional CRESC 2020 está a dar os primeiros passos. O presidente da CCDR David Santos está satisfeito com os resultados até à data do PO Algarve (85% de execução no final de junho) e traça um objetivo claro para o novo quadro comunitário: fazer do Algarve a região do país com menor taxa de desemprego.
«Gostaria que, quando terminasse este quadro comunitário 2014-2020, o Algarve fosse região do país com menor taxa de desemprego» referiu David Santos em conversa com os jornalistas no final da apresentação dos resultados do PO Algarve 21.
Este objetivo pode ser atingido, para o responsável, de várias maneiras, mas o apoio às empresas é o caminho mais curto. «A população está ciente que quem cria o emprego são as empresas. O Estado não tem capacidade financeira para apoiar todos os setores, nomeadamente na criação direta de emprego. Se são as empresas que mais emprego criam, obviamente que este novo quadro comunitário tem uma componente muito grande destinada a elas – são 140 milhões de euros no sistema incentivos às empresas, que inclui não só o apoio direto mas também a transferencia de conhecimento via Universidade do Algarve, ou outras», explica.
O CRESC Algarve 2020 tem uma novidade importante que pode ajudar que é o Fundo Social Europeu. «Para se promover a dinâmica empresarial e fomentar a criação de emprego o FEDER é importante, mas o com o FSE podemos apoiar formação, estágios em empresas, ou candidaturas que tenham como foco criação de emprego».
Um destes apoios passa por um programa de inserção de técnicos qualificados em empresas. «Vamos ter 4 milhões de euros para fomentar a entrada de técnicos altamente qualificados com projetos para desenvolver nas empresas e pagamos esses “estágios”. Isto vai ser algo novo na região», adiantou David Santos.
A qualificação dos quadros nas áreas estratégicas para o Algarve é essencial na opinião de David Santos, em particular no turismo, onde o responsável considera que há um problema. «No turismo há um problema de mão de obra intensiva, mas pouco qualificada. Têm sido contratadas muitas pessoas sem qualificação. Não sendo possível implementar obrigatoriedade de haver qualificação na área, seria bom que houvesse diferenciação, ou uma identificação que referisse que aquela pessoa que está a servir teve qualificação e outra não teve. Temos que melhorar o atendimento na região. O Algarve, com um atendimento de excelência profissional ligada ao setor do turismo, melhorará a sua valorização internacional».
Até ao momento, «houve muitas candidaturas [no Cresc 2020], no que diz respeito às empresas, em número muito superior ao quadro anterior no mesmo período», adiantou David Santos.
Apesar de a conjuntura económica da região estar a melhorar, o Índice Sintético de Desenvolvimento Regional continua a colocar o Algarve nos últimos lugares a nível nacional, algo que David Santos quer corrigir. «A taxa de desemprego diminuiu, crédito malparado continua elevado mas diminuiu, continuamos a crescer nos indicadores do turismo e nos indicadores em termos de PIB também estamos a melhorar, mas no ISDR não estamos a melhorar. Estamos ligados à Universidade a perceber porque é que a região está a melhorar e esses valores continuam a puxar-nos para baixo. Para a Europa somos uma região de transição, mas no ISDR pelo INE somos uma região de convergência».
No total, o Cresc Algarve 2020 vai ter 319 milhões de euros, sendo a maior “fatia” destinada ao sistema apoio às empresas (140 milhões de euros).