O movimento «Salvar Faro, com o Coração» (CFC-SF) considera que a ministra da Agricultura e do Mar devia «ter dado expressão pública às justas reivindicações» dos profissionais da pesca e mariscadores do Sotavento, em relação às áreas de produção aquícola de alto mar.
Assunção Cristas visitou a região na passada semana e desafiou os empresários a apostar na produção de atum, em estruturas off-shore.
Apesar de considerar «importante» dinamizar a aquacultura com produção de atum em mar aberto, o movimento que apoiou a candidatura de José Vitorino a presidente da Câmara de Faro considera que é prioritário «resolver as graves ameaças que recaem sobre a pesca artesanal provocadas pela aquacultura, desde a Culatra a Vila Real de Santo António».
«São muitos os problemas do setor da pesca. Nesta matéria específica , a grave questão resulta da criação pelo Governo da Área Piloto Aquícola (APA) da Armona e da anunciada APA de Tavira, pois implicam a expulsão dos pescadores das zonas onde capturam 70 a 80 por cento do pescado, com o inerente fim dos núcleos piscatórios, com profundas implicações económicas, sociais e culturais», considera.
«É neste quadro que era forçoso que a Sra. Ministra tivesse dado expressão pública às justas reivindicações e atenuasse o mal estar e instabilidade entre os pescadores e suas famílias», acrescentou o CFC-SF.
Apesar de considerar que «ninguém põe em causa a importância da aquacultura», mas também «é inaceitável» que se mantenha o que o movimento considera «um tremendo ataque à pesca artesanal».