A certificação e controlo da Indicação Geográfica Protegida do Medronho do Algarve vão ser feitos pela Comissão Vitivinícola do Algarve.
A entidade algarvia poderá começar a avaliar pedidos dos produtores interessados assim que receba luz verde do Instituto Nacional de Acreditação (IPAC) para extensão das suas competências de certificação a este produto, como já acontece com o vinho algarvio.
O reconhecimento da CVA como entidade certificadora do medronho da região foi publicado na passada sexta-feira, em Diário da República, pela Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Regional. Este é um passo decisivo para que a certificação deste produto regional comece a ser feita.
Segundo o presidente da CVA Carlos Garcias, assim, que seja garantida a autorização do IPAC, algo que terá de acontecer no prazo máximo de um ano, começarão a ser «avaliadas as produções, tendo em vista a sua certificação».
Ao processo de criação da marca Medronho do Algarve IGP, que também foi reconhecida na mesma publicação, «aderiram 10 produtores da região», pelo que será expetável que sejam os primeiros a procurar a certificação do seu produto.
Mas qualquer produtor que cumpra os requisitos poderá passar a ostentar a marca, ao comercializar o seu produto, desde que submeta o processo junto da CVA e este seja aprovado. Esta certificação também permite combater situações em que medronho produzido noutras regiões é vendido como sendo algarvio.
Há cerca de um ano, o presidente da Apagarbe – Associação de Produtores de Medronho do Barlavento Algarvio José Paulo Nunes apontava ao Sul Informação as vantagens da criação da IGP Medronho do Algarve, tanto para os produtores, como para os consumidores.
Quem compra o produto passa a ter «uma garantia de qualidade e um produto no qual pode ter confiança absoluta».
Por outro lado, a confiança no produto, por parte do consumidor, dá uma vantagem competitiva a quem vende a aguardente. «Esta certificação vai reforçar a diferença em relação aos outros produtos que estão no mercado», ilustrou.
«Este é o resultado de um longo processo com vários intervenientes e vai permitir a entrada numa nova era de expansão, abrindo no futuro horizontes para a consolidação dos diversos setores envolvidos e dos respetivos agentes económicos, de uma forma sustentada», considerou, por seu lado, Carlos Garcias.
«É importante que a aguardente de medronho produzida no Algarve tenha uma Indicação Geográfica Protegida (IGP). Assim, o consumidor quando bebe uma aguardente certificada, sabe que está a consumir um produto de qualidade, genuíno e com caraterísticas específicas», acrescentou.
Para já, a perspetiva da CVA é certificar cerca de 20 mil litros de aguardente de medronho, por ano, «mas esse número poderá chegar aos 50 mil litros, com a entrada de outros agricultores que, paralelamente com a produção de aguardente, irão também com ercializar o fruto em fresco e vender as ramagens, como subproduto, para elaboração de coroas de flores».