Mais um dia de caminhada na Via Algarviana, numa jornada dura, feita de muitos encontros, alguns deles verdadeiramente inesperados.
Segunda-feira, 14 de abril, 10º dia de caminhada:
Houve uma caminhante alemã que se juntou ao grupo em Marmelete. É jornalista e trazia um livro que falava sobre a Via Algarviana. Durante o caminho, foi recolhendo pedrinhas de xisto, porque gostava dos efeitos e das cores. Hoje saiu do grupo, mas ontem esteve a jantar connosco na Cortelha. Ora esta alemã tem uma tia que não via há oito anos. E não é que elas se encontraram ontem naquele restaurante perdido na serra algarvia?
Este é um dos mistérios – e encantos! – da Via Algarviana!
Hoje foi mais um percurso cheio de subidas e descidas, mas os deuses estiveram connosco e o tempo esteve quase sempre nublado e por isso mais fresco.
Cumprido o primeiro terço do caminho, almoçámos em Parises, no café da D. Zézinha. Fizemos logo aí uma vítima: a galinha que serviu para a canja. E que canja!! Houve gente que até recordou os sabores da comida dos avós. Esta canja devia ser património da Humanidade!
E isto sem falar dos ovos – mas ovos mesmo! – das galinhas que por lá andavam à solta.
À saída, encontrámos uma jovem suíça que vinha fazendo a Via Algarviana em autonomia e em sentido contrário ao nosso. Foi uma festa! Fotografámo-nos mutuamente e perguntámos se já sabia algumas palavras em português. Sabia: obrigado, bom dia e…estou cheia. Acho que isto diz tudo!
Cruzámo-nos também com um grupo de caminhantes, todos estrangeiros, com uma quinzena de pessoas, um encontro que permitiu verificar que a Via Algarviana está a funcionar bem.
Entretanto, hoje caminhámos 11 horas, até porque depois de chegar ao Cachopo, que teoricamente era o fim do percurso, ainda tivemos de andar mais 4 quilómetros de pernoita (uma antiga escola primária adaptada, em Casas Baixas).
Amanhã será o nosso 11º dia de caminhada, e vamos fazer 14,88 km, entre Cachopo e Vaqueiros.