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A maioria não escondeu que o peixe não se encontra entre as suas refeições de eleição, mas nem por isso o entusiasmo em torno dos pratos que dois chefes algarvios estavam a confecionar foi menor. As crianças e funcionários do Refúgio Aboim Ascensão tiveram a oportunidade de ficar a conhecer duas receitas para cozinhar cavala, numa ação integrada na campanha de promoção desta espécie de peixe que a empresa Docapesca está a levar a cabo.

A passagem da Campanha da Cavala na instituição de Faro, que acolhe e procura dar uma vida melhor a crianças em risco, teve o objetivo de divulgar esta espécie junto dos mais novos e dos que para eles cozinham. Até porque é cada vez mais evidente que o peixe é bom para a saúde e as suas vantagens devem ser aproveitadas desde cedo.

Uma iniciativa apadrinhada pela ministra da Agricultura e do Mar Assunção Cristas, que fez questão de frisar que as duas refeições cozinhadas momentos antes por dois chefes da escola de hotelaria e Turismo do Algarve custaram «80 cêntimos por pessoa», apesar de terem cheiro e aspeto que não as fariam destoar num restaurante gourmet.

Cheiros e cores que não deixaram os mais pequenos indiferentes. Aliás, algumas das crianças que admitiram não gostar muito de peixe já pediam para jantar os petiscos à sua frente e garantiam que a partir de agora iriam comer os frutos do mar sem queixas.

Promessas que até poderiam ser de ocasião, mas que não deixam de ter um significado especial. O consumo de peixe é recomendado a todos, mas principalmente aos que ainda estão a crescer, pois há cada vez mais estudos que apontam para influências positivas na formação da estrutura óssea e estimulo das funções cognitivas, ou seja, a inteligência e a aprendizagem.

Como frisou Assunção Cristas, a cavala é um peixe «com um valor nutritivo muito elevado, bastando comer 15 gramas deste peixe para ter a dose diária recomendada de ómega 3», o componente que confere muitas das propriedades benéficas ao peixe. Mas as suas vantagens são muito mais vastas, já que o consumo desta espécie também dá uma ajuda à economia.

«Este peixe existe muito nas nossas águas e não temos quotas. Podemos pescar à vontade, há muita abundância de cavala. E, sendo um recurso nosso e sabendo nós que importamos muito peixe, o seu consumo pode dar uma ajuda à economia e ao rendimento dos nossos pescadores», disse.

Aliás, Assunção Cristas não escondeu, entre risos, que a sua presença em Faro se destinava «a vender o seu peixe». «A Cavala foi eleita por nós, ministério e com a liderança da Docapesca nas ações concretas, como uma espécie que queremos divulgar muito», disse. «Isto serve para mostrar que a cavala é boa, barata e deve ser consumida e utilizada pelos portugueses», resumiu a ministra.

 

Ideias simples, para refeições de eleição

 

Um dos caminhos que a Docapesca tem trilhado para divulgar e promover a cavala é dar a conhecer formas originais e apelativas de a levar à mesa. No Refúgio Aboim Ascensão os chefes Valter Bruno e Jorge Rodrigues apostaram nos filetes de cavala, embora confecionados de maneira bem distinta, sempre a piscar o olho ao gosto dos mais novos.

Valter Bruno sugeriu um esparguete de filetes de cavala, com pinhões e passas. Depois de retirados os filetes, tentando retirar as espinhas todas, o que se consegue com relativa facilidade, basta fritá-los num pouco de azeite, até ficarem tostados. Depois, basta juntar alho, cebola, pinhão e passas, para refogar no azeite usado para a fritura do peixe e envolver com esparguete, adicionando a cavala no final.

Já Jorge Rodrigues apostou em filetes polvilhados com sementes de sésamo, que levou a fritar e fez acompanhar de puré de batata. O toque final foi dado por um tomate cereja, que coroou o arranjo cuidado e de aspeto crocante, feito com o puré e os finos filetes de cavala com as sementes de sésamo.

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