A taxa de desemprego no Algarve atingiu os 20% no primeiro trimestre de 2012. É o valor mais alto do país e uma percentagem nunca antes atingida em Portugal.
A nível nacional, a taxa de desemprego chegou aos 14,9% da população ativa, naquele que é o nível mais alto de sempre, de acordo com os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Esta taxa equivale a 819,3 mil trabalhadores no desemprego em todo o país, mais 48,3 mil pessoas que no trimestre anterior, e mais 130,4 mil pessoas do que no primeiro trimestre de 2011.
Os dados referentes ao Algarve, que detém o triste recorde nacional, significam que um em cada cinco algarvios não tem emprego.
Também o desemprego jovem (pessoas entre os 15 e os 24 anos) voltou a crescer no país, para 36,2%. Ou seja, um terço dos jovens não tem um posto de trabalho.
Reagindo aos números hoje anunciados pelo INE, António Goulart, dirigente da União dos Sindicatos do Algarve, lamentou o «drama que afeta quase 50 mil pessoas» na região e criticou o governo por não tomar medidas que invertam a situação.
Luís Carito, vice-presidente da Câmara de Portimão, o concelho com a maior taxa de desemprego no Algarve, disse ontem, no lançamento do Gabinete de Inserção Profissional promovido pela Junta de Freguesia de Portimão, que a autarquia está «muito preocupada com a situação que o concelho, a região e o país estão a viver, em termos de desemprego».
O vice-presidente admitiu que «a taxa de desemprego provavelmente não irá parar por aqui», tendo em conta a situação económica.
Outros dados sobre o desemprego:
A população desempregada no 1º trimestre de 2012 era de 819,3 mil pessoas, o que representa um aumento homólogo de 18,9% e trimestral de 6,3% (mais 130,4 mil e 48,3 mil pessoas, respetivamente).
A população empregada foi de 4 662,5 mil pessoas, o que representa uma diminuição homóloga de 4,2% e trimestral de 1,5% (menos 203,5 mil e 72,9 mil pessoas, respetivamente).
As taxas de desemprego mais elevadas foram registadas no Algarve (20,0%), em Lisboa (16,5%), na Região Autónoma da Madeira (16,1%), no Alentejo (15,4%) e no Norte (15,1%).
Os valores mais baixos foram observados no Centro (11,8%) e na Região Autónoma dos Açores (13,9%).
Os resultados do Inquérito ao Emprego relativos ao 1º trimestre de 2012 indicam que a população ativa diminuiu 1,3% em relação ao trimestre homólogo de 2011 (abrangendo 73,1 mil pessoas) e 0,5% em relação ao trimestre anterior (24,8 mil).