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Não promete conseguir mais dinheiro, nem acabar com as portagens na Via do Infante, mas garante que irá bater-se pelos interesses da região, neste e noutros campos, junto do Governo Central. Desidério Silva é, desde a tarde de hoje, sexta-feira, o presidente em funções da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA), depois de ter sido empossado numa cerimónia que decorreu na sede desta instituição, em Faro.

À margem da sessão, em declarações aos jornalistas, Desidério Silva preferiu não fazer promessas que a situação económica do país desaconselha, mas afirmou que não pretende deixar de defender o que acha ser melhor para a região. «Conheço algumas portas, alguns caminhos e vou tentar abanar as coisas para ver se elas melhoram», comprometeu-se.

Quanto à exigência da suspensão das portagens da Via do Infante, Desidério Silva diz que «por querermos que acabe, não quer dizer que o consigamos». «Também já falei várias vezes do IVA turístico, mas ainda não acabou. Mas o facto é que há questões que têm de ser minimizadas porque são obstáculos para a competitividade da região enquanto destino turístico. Há aqui questões que têm de ser colocadas em cima da mesa, independentemente dos resultados», considerou.

Logo após a tomada de posse, Desidério Silva apostou num discurso conciliador, mas não deixou de avisar que quer que o Algarve tenha uma voz mais ativa nas decisões que afetem este setor de atividade. O novo presidente da ERTA lembrou que o Turismo algarvio «nunca foi tão falado e premiado» mas, ao mesmo tempo, falta uma política da parte do Governo que o promova, naquilo que considerou ser um paradoxo.

Aos jornalistas Desidério Silva lembrou que «o Algarve é a maior região turística do País» e que aquilo que tem sido feito na sua promoção «não é o suficiente». «Agora, depois de ter tomado posse, falarei com o Governo e com quem tem essa responsabilidade para dizer quais são as minhas razões» para pedir um reforço na promoção, referiu.

Neste campo, defendeu uma promoção do turismo algarvio, não só junto dos mercados tradicionais, mas também de novos mercados. «É importante não largar os tradicionais, mas também é necessário fazer um esforço maior naqueles onde não há tanto investimento, mas que nós já percebemos que são importantes», ilustrou.

No seu discurso, Desidério Silva já havia anunciado a intenção de fazer «um plano de promoção específico para o mercado francês», mas este não será o único alvo da nova direção da ERTA.  Até porque há mercados «que têm vontade em vir», mas que esbarram na falta de voos diretos, acessibilidades e promoção. «Eu já tive essa experiência na Suécia e na Finlândia, pelo que me parece que é um assunto importante a tratar», disse.

Nestes destinos mais longínquos, o ênfase vai para a abertura de voos diretos para o Algarve e, embora não haja certezas de que os operadores locais estejam dispostos a abrir novas rotas,  vale sempre a pena tentar, considerou o novo presidente da ERTA. «A minha intenção é fazer o esforço e ir à procura disso. Não sei se o resultado vai ser o que eu quero, mas também sei que a forma de encontrarmos algumas soluções é ir à procura delas», disse.

 

Complementos ao Sol e Praia devem ser mais promovidos

No seu discurso de tomada de posse, Desidério Silva deu grande ênfase aos produtos complementares ao Sol e Praia, que apesar de considerar que será sempre o produto principal da região, pode beneficiar da exploração de outros nichos de mercado, principalmente durante a época baixa.

Apostar mais no turismo de natureza, rural, cultural, de incentivos, de saúde e sénior, bem como nos mais estruturados golfe e turismo náutico, foi um compromisso assumido e reforçado à margem da sessão.

«Essa oferta já existe por aí. Muitos não estão é promovidos, nem são reconhecidos. Julgo que, se calhar, não é preciso investimento. É preciso arranjar maneira de dizer que eles existem, de que forma podem ser complementares e arranjar rotas que passem nesse locais…mas, aí, as autarquias têm um papel fundamental», disse.

Antes, Desidério Silva já tinha defendido uma aproximação ao Alentejo, para potenciar infraestruturas como a Via Algarviana, a Rota Vicentina e o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

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