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A desistência do consórcio ENI/Galp da exploração de petróleo ao largo de Aljezur «é uma ótima notícia para o Algarve». A decisão avançada pelo presidente executivo da Galp foi bem recebida por autarcas e ativistas anti-petróleo, mas ainda é vista com algumas cautelas até que haja uma confirmação por parte do Governo.

Jorge Botelho, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), diz ao Sul Informação que esta é uma «boa notícia que dá razão a todos aqueles que sempre defenderam que o Algarve devia ser região livre de hidrocarbonetos. Lembro-me de que, há uns anos, quando o processo começou, os municípios do Algarve tiveram um importante papel, juntamente com a sociedade civil e as associações. Esse trabalho conjunto chegou aos tribunais e agora a Galp entende por bem desistir da concessão».

No entanto, o presidente da AMAL realça que «estamos a falar no pressuposto de que a notícia é verdadeira. Ainda não tive qualquer contacto. Apenas sei o que saiu na comunicação social. Aguardamos que se confirme e nada me leva a crer que não seja verdadeira a informação».

José Gonçalves, presidente da Câmara de Aljezur, em declarações ao nosso jornal, concorda que a desistência da Galp «é uma ótima notícia para o concelho, mas também para todo o Algarve. Vem-se repor a normalidade e a tranquilidade na região, que esta possibilidade de exploração petrolífera retirou. Estou satisfeito e feliz».

O autarca aljezurense diz esperar que esta seja uma desistência «definitiva, para sempre» e pede que «seja alterada a lei que regulamenta esta atividade para que, no futuro, não se volte a repetir a ameaça».

A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), mostra-se ainda «cautelosa» com as notícias da desistência do consórcio em avançar com a exploração de petróleo ao largo de Aljezur.

Ana Matias adianta ao Sul Informação que a plataforma está «afincadamente à procura de confirmação oficial mas, a ser verdade, é dos momentos mais felizes desde a fundação da PALP, em 2015. Acreditamos que a nossa luta teve aqui algum peso, uma vez que o consórcio sente que não estão reunidas as condições para continuar e isso é também devido à providência cautelar em vigor».

A PALP está ainda a tentar «perceber com o advogado, agora com a desistência da empresa, como ficará o nosso processo em tribunal, do qual estávamos à espera da decisão».

sulinformacao

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