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As eleições para os corpos diretivos da Associação Turismo do Algarve (ATA), entidade responsável pela promoção externa do destino Algarve, previstas para dia 3 de dezembro, foram adiadas, provavelmente para uma data entre 18 a 20 de dezembro, apurou o Sul Informação.

A 3 de dezembro terá agora lugar uma assembleia geral para discutir e alterar o Regulamento Eleitoral, que ainda não tinha sofrido modificações depois da recente alteração dos Estatutos da ATA, ocorrida no verão passado.

A discussão da alteração do Regulamento Eleitoral, feita a pedido da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), dará a esta associação mais quinze dias para tentar sair do imbróglio em que se colocou, devido à alegada «intransigência e irredutibilidade» do seu presidente, Elidérico Viegas, que exigiu ficar com a futura presidência da ATA, bem como com maioria na direção.

Esta posição da AHETA levou a que, pela primeira vez na história da ATA, surgissem duas listas a concorrer: uma liderada pela AHETA, tendo como cabeça de lista Joel Pais, e apoiada pela associação Algarve Golfe, cujo presidente, aliás, é vice-presidente daquela associação hoteleira, outra liderada por Carlos Gonçalves Luís, representante da Associação Portuguesa dos Agentes de Viagens e Turismo (APAVT), e que integra na lista, ao que o Sul Informação apurou, dirigentes da AIHSA (Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve), a própria Região de Turismo do Algarve (RTA), bem como outras associações de setores ligados ao turismo e ainda responsáveis por golfes, hotéis, rent-a-cars, entidades oficiais.

A bem da verdade, esta será também a primeira vez em que haverá eleições em novos moldes para a ATA, já que, de acordo com os estatutos anteriores, a presidência era sempre assumida pela RTA, havendo ainda duas inerências, as da AHETA e da AIHSA.

Foi precisamente esta questão das inerências, alterada nos Estatutos mas não no Regulamento, que levou ao pedido de adiamento das eleições, uma vez que, na prática, ambas as listas acabavam por estar ilegais e podiam ser impugnadas, ao não incluírem, em simultâneo, as duas associações hoteleiras.

«Como se viu atempadamente que o Regulamento Eleitoral não tinha sido alterado, apenas os Estatutos, achou-se por bem haver esta assembleia geral que irá aprovar essa alteração», disse Elidérico Viegas, presidente da AHETA, ao nosso jornal.

Curiosamente, e apesar de ser apontado por Carlos Luís como «responsável» pela falta de consenso e pelo surgimento das duas listas, Elidérico Viegas, nas suas declarações ao Sul Informação, disse ser «desejável que haja um acordo para uma lista única».

Declarações que Carlos Luís, que deverá encabeçar a lista alternativa, que já está pronta e apenas aguarda a marcação da nova data das eleições para ser entregue, considera como «no mínimo estranhas».

«Nas três ou quatro reuniões que houve com a AHETA sobre as eleições da ATA, ele sempre exigiu a presidência e a maioria das vice-presidências. E disseram mesmo que, ou era assim, ou não era», diz Carlos Luís, lamentando a «irredutibilidade» das posições defendidas pela associação de hoteleiros.

A ATA tem cerca de 300 associados, entre associações de setor (AHETA, AIHSA, APAVT, ARAC, Algarve Golfe, ACRAL), hotéis, campos de golfe, empresas de rent-a-car, casinos, restaurantes, agências de viagens, o Aeroporto de Faro, uma empresa gráfica, a RTA e a AMAL.

Os sete sócios fundadores – AHETA, AIHSA, APAVT, ARAC, Algarve Golfe, ACRAL e RTA – têm direito a 10 votos cada, enquanto os restantes têm direito a um voto. Haverá atualmente cerca de 200 associados com capacidade para votar, por terem as quotas em dia.

Carlos Luís afirma-se confiante na vitória da sua lista, uma vez que tem do seu lado cinco dos fundadores (à exceção da AHETA e da Algarve Golfe), bem como a RTA e a maior parte dos restantes associados. Mas até ao dia das eleições ainda poderá correr muita água por baixo das pontes…E até pode ser que apareça uma terceira via, sob a forma de uma lista de consenso.

sulinformacao

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