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Do cansaço, nasceu o sucesso. Em 2012, Lina Assis Lopes, então bolseira na Universidade do Algarve (UAlg), estava saturada da monotonia do trabalho que tinha e decidiu criar a Untapped Events, a única empresa sediada no Algarve que organiza congressos científicos.

Este mês de Agosto, a Untapped, com sede no Centro Empresarial da Universidade do Algarve, que funciona junto do CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UAlg, está de parabéns, pois cumpre seis anos de existência. O balanço, revela Lina Lopes ao Sul Informação, é «muito positivo».

Numa época em que o empreendedorismo estava tão em voga, a sócia-gerente da empresa teve a «coragem» de arriscar. O know-how já o tinha porque, desde 1997, que Lina Lopes organizava eventos, em paralelo com a atividade como bolseira. O primeiro, relembra, foi nesse ano e «era sobre processos estuarinos».

«Aprendi e percebi logo que gostava daquilo por ser diferente. Esse congresso, lembro-me, foi em três línguas: português, inglês e espanhol», diz.

«Um dia, estava eu a trabalhar no Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural, atual Centro de Investigação em Biomedicina, e um investigador pediu-me para ir tirar informações ao CRIA, sobre uma ideia de negócio que podia ser patenteada. Falei com a Sofia Vairinhos e aí ela explicou-me que qualquer pessoa que tivesse uma ideia de negócio podia pedir ajudar ao CRIA», explica.

Lina Assis Lopes não conhecia o trabalho da Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UAlg e esta revelação fê-la equacionar uma mudança de vida.

«Pensei: e se fosse eu? Já vinha a sentir aquele cansaço de ser bolseira, de fazer sempre a mesma coisa, de não subir de patamar. Por isso, a ideia de criar uma empresa de organização de congressos não me pareceu de todo descabida».

Em apenas 15 dias, foi elaborado um plano de negócios e assim nasceu a empresa que, desde aí, já organizou mais de 30 congressos ou eventos científicos. Aquele que teve mais sucesso, em termos de participantes, foi o Pollutant Responses in Marine Organisms Congress – PRIMO 17, em 2013, que contou com 350 pessoas.

O nicho para o qual a Untapped trabalha é este da investigação, organizando eventos com professores de universidades portuguesas ou sociedades de investigação. No fundo, a área de origem da sua sócia-gerente.

«No princípio, ainda pensei em fazer todo o tipo de congressos, mas, aqui no Algarve, percebi que não era possível. Grandes eventos empresariais não se fazem e, por isso, vou continuar a apostar neste nicho. Quando me comecei a focar em trabalhar aqui dentro e não lá fora, foi quando tudo começou a acontecer. Fiz um protocolo com a UAlg, no âmbito do qual faço descontos aos investigadores», revela ao Sul Informação.

Lina Lopes confessa ser uma apaixonada pelo seu trabalho. «Eu gosto muito do que faço e as pessoas costumam-me ver animada. Nunca duvido que vá resultar. Há problemas, surgem dificuldades, mas, para mim, acabam por ser desafios».

«Dá-me imenso prazer planear um evento que só decorre daqui a um ano, porque está tudo em aberto», diz ainda.

Uma das estratégias que a fundadora da Untapped utiliza para atrair os clientes é a presença nas redes sociais. «Li muito, fiz pequenos cursos online e falei com quem percebe, para criar a minha presença. São poucas as empresas de organização de congressos que estão presentes nas redes sociais. Fecham-se e não têm uma comunicação apelativa», considera.

Para o futuro, as perspetivas são de continuar a crescer e tentar expandir a Untapped, «sempre dentro do mesmo nicho: investigadores de universidades e sociedades de investigação».

 

Fotos: Gonçalo Dourado | Sul Informação

 

 

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