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Os expositores do Algarve e de Portugal (16 do Algarve, 16 dos Açores, 4 da Madeira e 6 do resto do país, sendo só um de Lisboa), terminados os nove dias da Boot 2017, partilham um sentimento comum no final da maior feira náutica do mundo: «qualquer entidade ou empresa que tenha um produto náutico tem de estar presente neste salão mundial, porque Portugal e Mar estão associados, e temos produtos de muito boa qualidade para apresentar e promover aqui o nosso país».

Outra ideia complementar partilhada pelos presentes é a de que «Portugal tem de se promover nesta grande mostra mundial como nação das Descobertas, que grande parte das pessoas dos países referenciam e admiram quando sabem que somos portugueses, mas agora voltada para a descoberta do que é nosso! Temos de fazer chegar aos nossos decisores esta importante necessidade – as empresas têm de ser apoiadas na sua promoção internacional e a legislação náutica tem de ser alterada e ajustada aos tempos dinâmicos atuais! Basta de burocracias e de atos fiscalizadores, muitas vezes desnecessários face à certificação CE e que bloqueiam o desenvolvimento do sector náutico do país! Chega a ser um inferno para quem quer trabalhar!», disseram muitos dos expositores portugueses.

 

Mas o sucesso da Boot de Düsseldorf, já na sua 48ª edição, deve-se ao facto de revelar na atualidade números impressionantes, como os deste ano:

-Foram mais de 242.000 visitantes, oriundos de cerca de 70 países, maioritariamente da Alemanha, Holanda, Bélgica, Suíça, Áustria, Itália, França, mas também da Rússia, e com um número sempre crescente dos países asiáticos, tudo pessoas com elevado poder de compra;

-Mais de 1800 expositores representando 70 países, distribuídos por 17 pavilhões ligados entre si numa área de cerca de 260.000 metros quadrados de espaços cobertos, o equivalente a 33 campos de futebol, onde minibuses permanentemente circulam no exterior ligando os pavilhões, facilitando as deslocações entre os diferentes halls;

-Uma feira onde se expõem quase todos os produtos náuticos, como os barcos à vela e a motor e seus equipamentos, mergulho, surf e windsurf nas suas diferentes vertentes, canoagem, remo, pesca, charter náutico, turismo e hotéis associados, inovações e novas tecnologias do sector, marinas e portos desportivos, associações, onde se fala também da sustentabilidade oceânica e de investigação … e onde o bilhete de entrada dá para utilizar os transportes públicos da cidade para ir e vir da Boot;

-Uma feira para expor, negociar, tocar, ver, comprar, conferenciar, debater, vir com a família ou a escola, onde nos seus cinco grandes tanques aquáticos imensos se podem fazer muitas atividades, como o mergulho, vela, canoagem, ski, wakeboarding, windsurf ou mesmo surfar no piscina da onda – a “Wave”, uma das inovações deste ano e com um sucesso enorme.

-Um volume de negócios que se estima poder ser o maior dos últimos anos, dada a quantidade de barcos à vela e a motor de maiores dimensões, em número nunca dantes visto, assim como de uma profusão de propostas náuticas de maior qualidade, que atraem cada vez mais um público qualificado frequentador da grande feira, com elevado poder de compra, havendo um incremento das propostas turísticas de férias que enquadram as diferentes atividades náuticas e de mergulho.

O Algarve, ausente enquanto Região de Turismo, esteve presente debaixo de dois grandes “chapéus de apoio”: a Associação Turismo de Portimão (ATP) e o Município de Vila do Bispo, como já foi noticiado pelo Sul Informação.

Referência ainda para a participação singular da Portiate, da Marina de Lagos e da Sun Concept, empresa que apresentou o único barco solar de todo o salão, que foi mesmo objeto de imagens num dos vídeos oficiais da Boot.

Mas o grande mar de gente que circulou no espaço da feira foi também sensível às propostas trazidas pelas empresas e entidades algarvias participantes, tendo-se obtido bons resultados ao nível da promoção e divulgação, assim como dos contactos com potenciais clientes, fornecedores e promotores, perspetivando-se bons negócios para um futuro breve, alguns deles já concretizados.

É o início de uma época 2017 promissora para as empresas. O número de expositores algarvios tem aumentado ao longo das últimas edições desta feira, em contraciclo com o resto de Portugal, que quase não teve expressão.

As únicas exceções foram a da Região Autónoma dos Açores, que, desde 2012, participa com dois standes respetivamente de 60 e 30 metros quadrados, assim como da Associação de Promoção da Madeira, numa aposta importante de promoção das regiões e apoio às suas empresas.

 

O Algarve, com as suas condições quase perfeitas para a prática de grande parte das atividades e de desportos náuticos ao longo do ano, tem mesmo de se mostrar na Boot de Düsseldorf 2018 como região turística em bloco, apoiando empresas e entidades para dar visibilidade e promover de facto as nossas grandes potencialidades náuticas e subaquáticas.

Na cabeça dos responsáveis das empresas e entidades que aqui estiveram, já se prepara e se projeta a próxima edição da Boot, que vai decorrer de 20 a 28 de Janeiro de 2018.

“Há coisas a mudar no próximo ano e temos de trabalhar mais sobre as imagens e as estratégias dinâmicas que favoreçam a atração dos visitantes”, disseram Ricardo Soares, do Município de Vila do Bispo, Philip Taveira, da Portiate, Renato Cacoete, da Subnauta, e Ivo Faria, da ATP.

Uma das apostas terá de ser na escolha atempada de espaços de maior visibilidade para os standes, que devem ter um modelo mais adequado a uma imagem de qualidade que se pretende promover e associar ao Algarve.

O GEO – Grupo de Estudos Oceânicos, associação algarvia que colabora com o Sul Informação, acompanha a Boot de Düsseldorf desde 1994, onde tem permanecido com elementos da sua equipa durante todo o tempo das feiras, inteirando-se das inovações e dos avanços técnicos do setor náutico e disponibilizando a informação a quem a solicita.

Texto: Alberto Machado – GEO
Fotos: Yannick Kethers – GEO

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