A Universidade do Algarve (UAlg), o NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve e a associação Tertúlia Algarvia organizaram, nos dias 17 e 18 de novembro, o 5º Seminário da Dieta Mediterrânica: Desafios e estratégias dos territórios de baixa densidade para a competitividade regional.
O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural foi um dos convidados da sessão de abertura. Amândio Torres realçou o “mérito do Algarve em fazer trabalhos artísticos com coisas simples”, numa clara referência aos doces feitos à base dos frutos secos produzidos na região.
O governante sublinhou, contudo, que o “saudosismo é pernicioso e temos que acompanhar a mudança”, acrescentando que “encontros como estes são muito importantes para que as pessoas se olhem nos olhos e definam estratégias comuns”.
Da mesma opinião é Vítor Neto. O presidente do NERA frisou que “temos de aproveitar os recursos endógenos da nossa região”, pois “é uma tristeza encontrarmos figos da Turquia e amêndoas da Califórnia. Se não fizermos nada, arriscamo-nos a ir ao encontro de grandes desilusões”, alertou.
Por seu lado, para Ana de Freitas, vice-reitora da UAlg, “tem que haver uma base de suporte e essa base é o nosso património, a nossa cultura. O turismo, até agora, mantinha-se no sol e mar. Neste momento, há uma curiosidade crescente pela Dieta Mediterrânica e pelo valor que acrescenta ao turismo”.
Conscientes desse valor, António Guerreiro e Joana Martins decidiram lançar-se, recentemente, numa nova aventura profissional, a que chamaram “Eating Algarve – Food Tours”. Os dois jovens empresários promovem rotas com o objetivo de “contar a gastronomia e a história do Algarve a quem nos visita, através da perspetiva de quem cá vive”, explicou António.
A par do “Eating Algarve – Food Tours”, os participantes do 5.º Seminário da Dieta Mediterrânica ficaram a conhecer mais empresas e projetos que apostam em produtos da região, entre os quais a «Dias de Aromas» ou o «Medronhito do Caldeirão».
Neste seminário, foi também apresentado um novo projeto: o Agrotur. Financiada pelo CRESC Algarve 2020, esta iniciativa visa, em traços gerais, “desenvolver e implementar uma estratégia que promova a relação entre as empresas agroalimentares dos territórios de baixa densidade do Algarve e o setor do turismo”, tal como resumiu Hugo Barros, do CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve, que promove o projeto em parceria com o NERA e a Tertúlia Algarvia.
As três entidades vão realizar, em conjunto, uma série de atividades, a começar por 26 ações de divulgação nas freguesias de baixa densidade do Algarve. Estão também previstas 48 ações de capacitação, 8 roadshows de sensibilização e demonstração de produtos agroalimentares e o mesmo número de laboratórios criativos.
Entre outras atividades estão, ainda, planeadas a elaboração de um catálogo online, bem como 30 acordos de cooperação entre os setores agroalimentar e do turismo.