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Colocar as várias estruturas que têm contacto com os jovens a trabalhar em rede, para que seja possível apresentar desafios de formação ou inserção no mercado de trabalho «que sejam, garantidamente, aceites» a cerca de 378 mil cidadãos portugueses entre os 15 e os 30 anos, atualmente inativos,  é o grande objetivo do programa «Garantia Jovem», que foi ontem apresentado em Faro.

Esta iniciativa de âmbito europeu, aplicada recentemente pelo Governo em Portugal, tem afeta uma verba de cerca de 1300 milhões de euros, a aplicar em 2014 e 2015. Este dinheiro será orientado para medidas que já vêm de trás, como a medida «Estágios Emprego» ou os apoios à contratação jovem, mas também noutras medidas complementares, ainda em fase de aprovação.

Para beneficiar deste programa, os jovens que não estejam a trabalhar ou a estudar só têm de ir ao site da «Garantia Jovem» e solicitar «um contacto, de forma muito simples».

A ideia do programa é ir buscar os muitos jovens que não estão, oficialmente, a trabalhar ou a estudar e colocá-los, novamente, no sistema. Um trabalho ainda mais difícil de conseguir quando cerca de metade dos jovens nesta situação estão fora do sistema e «ninguém sabe bem o que andam a fazer».

«A Garantia Jovem é um conjunto e medidas públicas, de natureza intergovernamental, que tem como objetivo, relativamente aos jovens entre os 15 e os 30 anos, estejam ou na escola, ou no trabalho ou, eventual, em processo de formação», resumiu à margem da sessão o secretário de Estado do Emprego Octávio de Oliveira, ao Sul Informação.

«Na Europa, este programa é destinado a jovens só até aos 25 anos, mas o Governo entendeu, em Portugal, estender aos 30», acrescentou.

Para o membro do Governo, estes jovens devem ficar «na escola até concluírem o seu ciclo educativo [a escolaridade obrigatória, o 12º ano]» e ser inseridos no mercado de trabalho, «aproveitando os investimentos que fizeram nas suas qualificações e, se isso não for possível no imediato, colocados em processos que aumentem as suas qualificações», para que encontrem mais facilmente emprego.

Para que isso seja possível, «há que haver um grande envolvimento dos atores locais», nomeadamente as muitas instituições que trabalham mais de perto com os jovens e os potenciais empregadores. Foram estes potenciais parceiros regionais, como estabelecimentos de ensino, autarquias e associações empresariais, que marcaram presença na sessão de ontem. «O objetivo desta sessão foi convocar todos para fazer parte do programa», revelou.

 

IEFP propõe-se a chegar aos jovens mais afastados do sistema oficial de emprego

«Essencialmente, pretendemos, com este programa, propor aos jovens um percurso de inserção profissional», resumiu Patrícia Borges, vogal do conselho diretivo do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

A grande preocupação do IEFP é ir buscar «um conjunto de jovens que, não está disponível para estudar, para trabalhar e para aquilo que é a sociedade». Para contrariar esta realidade, o «Garantia Jovem» propõe-se a ir ter com estes jovens e apresentar-lhes «percursos de inserção profissional que tenham algum tipo de racionalidade, segundo o que são as expetativas deles».

«É preciso criar condições para os jovens se poderem rever no projeto que lhes apresentamos. Podemos propor coisas fabulosas, mas se não houver do lado de lá uma predisposição para aceitar, não teremos sucesso. É essencial criar uma relação e confiança e proximidade», considerou Patrícia Borges.

Além das iniciativas de promoção do emprego e da qualificação e jovens, serão lançadas em breve mais medidas, que também serão enquadradas neste programa. Destas, Patrícia Borges realça a iniciativa «Retomar» e uma medida «de coaching», orientada para os jovens mais difíceis de convencer.

A medida «Retomar» visa «ganhar os jovens que não terminaram os seus ciclos educativos e, de alguma forma, conseguir captá-los novamente para o sistema educativo».

Já o coaching não terá «grande abrangência, mas pode fazer a diferença para públicos muito difíceis». A ideia é colocar «os jovens inativos, muito qualificados, a fazer uma tutoria durante um período reduzido com jovens com muito baixa escolaridade, muitas vezes com poucas competências sociais», promovendo «uma aprendizagem no mundo do trabalho».

 

 

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