O programa Horizon 2020 é uma oportunidade para as entidades da região do Algarve se candidatarem a um fundo europeu com mais de 77 biliões de euros, para financiamento de projetos na área da Investigação e Inovação, onde as empresas da região poderão aceder, anunciou David Santos, presidente da Comissão e Coordenação Regional do Algarve (CCDR).
Precisamente para dar a conhecer as oportunidades de financiamento do Programa Horizon 2020, decorreu no dia 26, em Faro, no auditório da CCDRA, a sessão de informação “Mais Algarve na Europa”, organizada pelo Gabinete de Promoção de Programa – Quadro (GPPQ) da Fundação para a Ciência e Tecnologia em colaboração com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.
A sessão de abertura do evento, que contou com 150 pessoas, contou com a presença do presidente da CCDR e do Coordenador dos NCP (National Contact Points) do GPPQ, Eduardo Maldonado.
David Santos defendeu que o Algarve deveria aproveitar todas as oportunidades de financiamento e os diferentes instrumentos que lhes são disponibilizados para alcançar resultados em relação às metas propostas pela Europa 2020.
Finalizou, deixando o desafio às empresas regionais e outras entidades, nomeadamente da área da investigação, a seguirem o exemplo de empresas de referência no acesso aos programas europeus, como a Necton SA e a A4F-Algafuel SA, contribuindo para que o Algarve seja «uma região inteligente a encontrar instrumentos de política pública, adequados à superação dos seus estrangulamentos, uma região inclusiva na capacidade de gerar emprego e riqueza a partir dos seus recursos endógenos, e uma região sustentável no modelo a desenvolver para as futuras gerações, na solidez do seu tecido empresarial e na salvaguarda do seu património ambiental».
Ficou ainda a nota de um evento que decorrerá no dia 24 de Abril, na CCDR Algarve, com a participação da eurodeputada Maria Graça Carvalho.
O Coordenador dos NCP do GPPQ, por seu lado, apresentou o Horizon 2020 (H2020) não só como um programa europeu para a Investigação e Ciência, mas dirigido também para a Inovação, com um enfoque na colaboração entre a academia e as empresas.
Segundo Eduardo Maldonado, o H2020 é um programa exigente e extremamente competitivo, destinado a financiar projetos de excelência com relevância europeia, sendo que os projetos apenas com impacto regional ou nacional deverão ser financiados pelos fundos estruturais.
Este instrumento visa uma abordagem integrada de todo o ciclo de Investigação & Inovação, assenta em três pilares: Liderança Industrial: áreas em que a Europa quer ser líder a nível mundial, Desafios Societais: problemas que a sociedade europeia pretende resolver e Excelência Cientifica: particularmente direcionado para a “Academia” (universidades e institutos de I&D).
Eduardo Maldonado abordou, também, as oportunidades concretas do H2020 para o Algarve, referindo as áreas da Agricultura, Pescas e Alimentação, a Energia Sustentável e o Ambiente, assim como todos os projetos de ligação às áreas prioritárias identificadas na Especialização Inteligente regional, ou seja, o Turismo e o Mar.
Salientou, ainda, o apoio que a rede Enterprise Europe Network (sediada na CCDR Algarve) poderá dar às empresas, nomeadamente para encontrar parcerias internacionais.
No primeiro painel da sessão, estiveram presentes Adelino Canário, presidente da direção do CCMAR (Universidade do Algarve), e Inácio Valle, administrador da empresa Necton, que fizeram uma exposição global da sua experiência de participação nos concursos do 7º Programa Quadro, tendo em ambos os casos destacado a importância da estratégia a médio e longo prazo e a determinação da respetiva entidade em utilizar os projetos como um meio para atingir determinado objetivo, e não como o objetivo em si mesmo.
Realçaram, ainda, a importância da relação empresa/universidade, cultivando relações duradouras e o reconhecimento da competência e do mérito, bem como a necessidade de encontrar mecanismos para reforçar essa relação, apoiar administrativamente as entidades (facilitadores / intermediários) e otimizar o benefício de ambos.
Neste painel foram identificados alguns dos principais desafios que se colocam às entidades, nomeadamente às PME com estruturas mais frágeis, para conseguir capacidades de liderança, recursos e organização interna para serem capazes de se envolverem em projetos desta natureza, de elevada complexidade e altamente competitivos, mas que podem ser muito rentáveis (se devidamente projetados e geridos) e serem a solução para a viabilidade a prazo de uma empresa.
Tanto Adelino Canário, como Inácio Valle apontam a necessidade da região algarvia ser mais competitiva designadamente em C&T, devendo para tal melhorar as infraestruturas de apoio, promover a atração de pessoas e empresas e melhorar ao nível da cooperação e formação.
O painel da tarde foi de cariz mais técnico, tendo sido abordadas algumas das temáticas do H2020 mais significativas para a realidade regional, como a bioeconomia, a segurança alimentar e a investigação marinha e marítima, a saúde e o bem-estar.
Na última comunicação, foram destacados os mecanismos de apoio às PME no Horizonte 2020, entre os quais o “Instrumento PME” (SME Instrument), que apoia as empresas orientadas para a inovação e internacionalização em todo o ciclo de desenvolvimento do projeto, desde a ideia e prova de conceito até à colocação do produto ou serviço no mercado.
As apresentações dos oradores presentes nesta sessão foram disponibilizadas no site da CCDR Algarve, onde os interessados poderão encontrar mais informações e contactos sobre o Horizon 2020.