Gestores de carreira, que sejam um rosto do Instituto de Emprego e Formação Profissional junto dos desempregados e que com eles interajam na procura ativa de emprego, são uma nova figura que este instituto se prepara para lançar nos próximos meses.
O anúncio foi feito pelo membro da direção do IEFP Félix Isménio, à margem da apresentação do Campeonato Nacional das Profissões, que decorrerá em maio na Centro de Formação Profissional de Faro, situado no Areal Gordo.
Questionado sobre os números do desemprego em Portugal, ontem divulgados, que colocam o nosso país como o terceiro da Europa com a mais elevada taxa de desemprego, atrás da Grécia e da Espanha, Félix Isménio considerou que é importante conseguir que os desempregados voltem o mais rapidamente possível ao mercado de trabalho.
O Algarve é a região do país que mais sofre com este problema, com taxas de desemprego próximas dos 20 por cento, quando a nível nacional se atingiu uma taxa recorde de 15 por cento.
Além das já existentes convocatórias para divulgar ofertas de formação de emprego, o IEFP vai agora lançar a figura do gestor de carreira. «Estamos a reorganizar-nos para que as pessoas tenham gestores de carreira que as acompanhem de forma mais personalizada e que encontrem respostas mais adequadas ao perfil de cada candidato», revelou aos jornalistas o dirigente do Instituto de Emprego.
No fundo, trata-se de «dar um rosto» a um serviço que já é prestado, mas que mesmo assim está a obrigar a «reestruturação profunda» ao nível da organização e procedimentos, que deverá estar concluída «dentro de sensivelmente 3 meses».
«Até agora, quem se dirigia a um serviço de emprego, à semelhança do que acontece numa instituição bancária, não conhecia a pessoa que se preocupava com o seu plano pessoal de emprego. No futuro, a pessoa vai conhecer o nome e contacto de quem está a tratar do seu processo», revelou.
«O Plano Pessoal de Emprego pode-se compor de várias medidas: estágios, contratos de emprego inserção, de formação modelar certificada e de formação mais alargada. Nós queremos muito que as pessoas voltem a ter experiências, mesmo não profissionais, de contacto com as empresas e com o mercado», disse Félix Isménio.
O dirigente do IEFP defendeu ainda que a formação «deve estar ligada cada vez mais às empresas e ao mercado de trabalho», prática «que não era muito comum no passado». «Estar em contacto com pessoas que estão a trabalhar também estimula a vontade e esperança de regressar ao mercado», acredita.
Félix Isménio avançou que há a possibilidade de passar algumas destas pastas para entidades externas, «como Instituições Particulares de Solidariedade Social e outras», para cumprir o objetivo de que «as pessoas estejam o menor tempo possível em situação de desemprego».