Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

A Câmara e as associações do setor das pescas de Lagos não concordam com a localização prevista para a eventual instalação de uma aquacultura ao largo da Ponta da Piedade, projeto que, para a autarquia, «terá riscos para a socioeconomia local».

Em causa está o pedido feito por uma empresa para atribuição de Título de Atividade Aquícola (TAA), tendo em vista a instalação e exploração de estabelecimento de culturas marinhas em mar aberto, tema que esteve no centro do debate numa reunião que juntou Teresa Coelho, secretária de Estado das Pescas, o executivo da Câmara de Lagos e representantes da pesca e turismo.

A ideia da empresa Puro Mar é produzir de bivalves em regime extensivo, ocupando cerca de 514 hectares, ao largo da Ponta da Piedade, em Lagos. O pedido dirigido à Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) esteve em discussão pública até 22 de Fevereiro.

 

 

Foi no âmbito desta consulta que a Câmara emitiu um parecer onde, «não descurando a importância da aquacultura e dos seus potenciais contributos para a economia, considerou que a referida instalação terá riscos para a socioeconomia local», sugerindo a «redefinição do TAA numa perspetiva de equilíbrio e sustentabilidade entre as diferentes atividades de mar a operar em Lagos».

«Discordando igualmente da localização pretendida, empresas e associações do setor do mar também manifestaram esta posição em sede de discussão pública, nomeadamente a Barlapescas – Cooperativa dos Armadores de Pesca do Barlavento C.R.L, Marlagos S.A., Sopromar – Centro Náutico, a Associação de Operadores Marítimo-Turísticos e Clube de Vela de Lagos», segundo a autarquia.

No encontro com a secretária de Estado das Pescas, onde também marcaram presença Isabel Ventura, subdiretora da DGRM, e Sérgio Faias, presidente da Docapesca, o município e as associações foram «unânimes» em considerar que  «a localização pretendida interfere com a atividade de centenas de embarcações de pesca artesanal em importantes bancos de pesca na área, análise que é reforçada pelo estudo realizado pelo CCMAR, IPMA, UAlg e WWF no contexto da Participesca acerca das deslocações para a apanha do polvo».

«De igual forma, o local indicado prejudica a normal atividade do turismo de mar (náutica de recreio, turismo náutico, eventos desportivos, operadores marítimo-turísticos, reparações navais, por exemplo), afetando a economia local e práticas como o ensino de vela, realização de regatas, observação de cetáceos e eventos desportivos. A segurança é outro dos receios, dado que estas infraestruturas de aquacultura condicionam a navegação e colocam em risco as embarcações no caso de deficiente sinalização e delimitação das áreas», concluiu a Câmara de Lagos.

 



sulinformacao

Também poderá gostar

Comité de cogestão do polvo no Algarve já foi lançado

Polvo gerou 46 milhões de euros nas lotas do continente

Comité de cogestão do polvo no Algarve já foi lançado

Polvo gerou 46 milhões de euros nas lotas do continente

Especialistas em aquacultura debatem o futuro que querem para o setor

Muitos especialistas que participaram no world café são do Algarve