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O deputado do Partido Socialista Miguel Freitas alertou hoje para a situação “calamitosa” em que se encontra a agricultura algarvia devido à seca e ocorrência de geadas registadas neste Inverno, tendo exigido um levantamento exaustivo por parte dos serviços regionais de Agricultura e total colaboração das Organizações de Produtores no apuramento rigoroso dos prejuízos, bem como medidas excecionais de apoio aos agricultores.
Durante a jornada de trabalho que efetuou hoje, no âmbito da qual visitou duas explorações agrícolas e reuniu com dirigentes associativos, empresariais e de organizações de produtores de citrinos e hortícolas, o parlamentar e presidente do PS Algarve considerou que o setor “está à beira do precipício e sem sinais de esperança”.
“Há uma situação calamitosa na produção de citrinos pois a conjugação de seca e geada reduz a produção e desvaloriza o produto, com calibres menores e menos bem pagos pelo comércio em fresco ou quando orientados para a indústria”, salientou o deputado socialista, sublinhando o aumento dos custos de produção devido à necessidade de maior regularidade da rega, com consequente impacto no consumo de energia.
“Numa altura em que o orçamento de Estado tem pouca margem de manobra, deve-se fazer escolhas exigentes e a prioridade absoluta é o Governo retomar o apoio à eletricidade verde”, reclama Miguel Freitas.
“Os produtores sentem-se espremidos por todos os lados”, frisa ainda o dirigente do PS que, criticando o aumento do IVA da eletricidade, de 6% para 23%, em simultâneo com o corte no apoio à eletricidade verde, considera essencial uma negociação da produção com a EDP, visando um plano de pagamento da fatura de eletricidade por parte dos agricultores.
Miguel Freitas reclama ainda a implementação de uma linha de crédito e o pagamento “a tempo e horas” dos dinheiros provenientes do PRODER, propondo que o Governo solicite a Bruxelas a antecipação das ajudas diretas deste ano aos agricultores.
Manifestando-se preocupado pelo encerramento de empresas de produção hortofrutícola devido à impossibilidade de responderem aos compromissos financeiros, o líder do PS Algarve alertou ainda para a situação registada no setor da produção animal, igualmente atingida pelos fracos índices de chuva.
“Uma parte das culturas de outono e primavera estão comprometidos por falta de água. Não havendo pastagens nem forragens para alimentar o gado, o feno atinge preços quase proibitivos”, refere, para salientar também os sinais de enorme preocupação já detetados na região no que concerne ao bem-estar animal, nomeadamente a existência de animais mortos e em estado de subnutrição, exigindo “uma maior eficiência nos serviços veterinários da região e dos municípios”.
Finalmente e como medida estrutural, Miguel Freitas defende que o Governo deve avançar com um programa de reestruturação das Organizações de Produtores, de forma a estimular a concentração da oferta e venda em conjunto.
“O sector agrícola algarvio vinha demonstrando grande resistência, mas com este caminho é mais um a contribuir para a falência de empresas e aumento do desemprego na região”, lamentou.
No âmbito da jornada de trabalho realizada hoje, Miguel Freitas visitou duas explorações agrícolas, em Benaciate e Campina de Faro, e reuniu-se com a direção da Frutalgarve, Organizações de Produtores de Citrinos e Hortícolas e Associação de Regantes de Silves e Sotavento Algarvio.
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