Vila do Bispo, através do seu município e de empresas ligados ao turismo e ao mar repetiram este ano a presença na Boot e os resultados voltam a ser promissores. O Sul Informação falou com Ricardo Soares, técnico superior da autarquia, que representou a autarquia na maior feira náutica do mundo.
Sul Informação – Depois da experiência muito positiva do ano passado, com que dinamismo se apresentam no salão náutico de 2017?
Ricardo Soares – Em 2016, decidimos “fazer-nos ao Mar” deste certame imenso que é a Boot, mas fizémo-lo com base numa dinâmica muito complementar entre as empresas participantes e o Município de Vila do Bispo. Todos estivemos determinados em promover o nosso território e as mais-valias do nosso património natural e cultural. Os resultados foram tão entusiasmantes, que este ano resolvemos continuar unidos nesta revelação, tentando chamar a atenção para as nossas maravilhas. Sagres, só por si, é uma marca, que arrasta a sua localização geográfica, qual atração de “finisterra”.
SI – Quer isso dizer que este ano a aposta foi reforçada?
RS – O Município pretende continuar a disponibilizar às empresas a possibilidade de elas se revelarem num contexto nacional e internacional. As oito empresas que connosco partilham esta feira sabem disso e apostam forte nessa tarefa, o que muito nos satisfaz, pois estamos todos a “remar no mesmo sentido”. Aderiram mais duas empresas este ano e todas as que estiveram no ano passado voltaram, pois os objetivos são muito promissores.
SI – Mas, este ano, o Município de Vila do Bispo revelou-se em espaços de dois pavilhões da Boot, no Hall 3 e 13. Como está a ser esta experiência?
RS – Nós só nos deparámos com a realidade de ter de estar em dois espaços quando aqui chegámos, o que nos obrigou a um esforço redobrado de promoção do município. No pavilhão 3, onde já tínhamos estado no ano anterior, pudemos previamente renovar as imagens expostas, assim como a sua qualidade, aumentando a visibilidade e o acolhimento aos visitantes e promotores, suportado por um vídeo promocional do Concelho, cuja primeira apresentação pública foi aqui revelada.
SI – E quanto ao Hall 13?
RS – Tivemos que improvisar no Hall 13, quer ao nível da imagem, quer numa rotatividade dos elementos das nossas empresas e do Município, situação que não merece o nosso agrado. É uma situação que não se irá repetir, pois é ponto assente que vamos continuar a vir a esta grande montra de turismo náutico, a Boot de Düsseldorf. Os recursos naturais e culturais sempre estiveram no nosso Município, mas é necessário continuarmos a apoiar, com dinamismo, as empresas, ajudando também à sua internacionalização e facilitando uma ocupação sustentável do nosso território.
SI – E o que pensa da presença do Algarve, como um todo, na Boot?
RS – Pena é que a região do Algarve não esteja em força neste grande acontecimento promocional e de negócios que é a maior feira mundial do setor.
Os resultados deste ano continuam a ser muito promissores e a adesão às nossas propostas é muito grande.
Sem dúvida nenhuma que Portugal tem de estar mais empenhado na náutica e na gestão do seu Mar e os seus decisores têm de ser mais ativos na visibilidade dos nossos recursos. É também facilitando e promovendo a participação de empresas e dos seus recursos turísticos de qualidade, aliados a uma evolução legislativa realista e desburocratizada da náutica e do turismo, que se faz evoluir o nosso país. O Mar é um desígnio do qual não nos poderemos afastar, pois quase um terço do oceano Atlântico Norte é da nossa responsabilidade.
Entrevista: Alberto Machado, GEO – Grupo de Estudos Oceânicos
Fotografias: Yannick Kethers, GEO