Vítor Neto, presidente da direção do NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve, acaba de manifestar, em comunicado, a sua «total surpresa e total desacordo» em relação ao anúncio feito pelo primeiro ministro na Assembleia da República, no passado dia 27, sobre a autorização para o primeiro furo no quadro da prospeção e exploração de hidrocarbonetos ao largo de Aljezur, pelo consórcio ENI/GALP.
O dirigente dos empresários algarvios sublinha a sua surpresa, «depois das posições recentes em que as entidades oficiais apontarem para a suspensão e anulação desses planos no Algarve» e criarem «a expectativa de encerramento do processo».
Vítor Neto, que afirma que os cidadãos do Algarve «não desistirão da luta», reitera a sua própria «disposição para continuar a opor-se com determinação contra este e qualquer outro projeto de prospeção e exploração de hidrocarbonetos no Algarve, em terra ou no mar, em conjunto com as outras Associações Empresariais, os Municípios, movimentos cívicos e todas as entidades que se têm manifestado no mesmo sentido».
O presidente do NERA reafirma também a sua «convicção de que a prospeção (e exploração) de hidrocarbonetos na Região do Algarve põe objetivamente em causa uma atividade económica de interesse não só regional como nacional – o Turismo».
Por isso, salienta, «os responsáveis políticos não podem ignorar que as receitas externas geradas pelo Turismo constituem o principal setor exportador de Bens e Serviços do país (17% do total nacional – cerca de 12.500 milhões de euros), e que o Algarve contribui para cerca de 50% desse valor».
Sem o contributo do Turismo no Algarve, sublinha Vítor Neto, «não haveria saldo positivo da Balança Comercial de Bens e Serviços de Portugal».
O empresário salienta mesmo que «os dados já conhecidos (INE), apontam para que o Algarve, em termos de turistas estrangeiros, tenha sido, em 2016, a região do país que mais cresceu, em termos relativos e absolutos».
«Os cidadãos do Algarve estão conscientes da importância vital desta questão para o futuro da Região. Não desistirão da luta», conclui Vítor Neto, que, desde a primeira hora, se tem posicionado contra a prospeção e exploração de hidrocarbonetos, em terra ou no mar, na região algarvia.