Será necessário «esforço, muito trabalho e inteligência» para manter, a longo prazo, a tendência de crescimento económico que se verificou no Algarve nos primeiros oito meses de 2016, defendeu o Nera.
A Associação Empresarial da Região do Algarve quer que seja realizada «uma reflexão regional séria sobre as causas da evolução positiva do ano», que envolva «empresários, instituições e forças sociais da região interessadas na economia e no emprego», para manter esta dinâmica positiva, nomeadamente no setor do turismo.
«Esta proposta do NERA não pode deixar de incluir a análise de um vetor sistematicamente esquecido: o Turismo dos portugueses na região, que este ano conheceu também um forte impulso e que exige análise rigorosa: dos números, formas de alojamento, consumos. Esta reflexão regional impõe-se porque não bastam as análises «nacionais» que «esquecem» sistematicamente a especificidade do Algarve e diluem – por razões políticas – o seu peso no quadro nacional», defendeu o presidente do NERA Vítor Neto numa nota de imprensa.
Para o dirigente associativo, uma eventual reflexão regional sobre o crescimento económico «exige seriedade, partindo de números oficiais assentes em bases e amostras estatísticas transparentes e validadas».
«Para consolidar os crescimentos do Turismo e do conjunto da economia da região, o momento exige realismo e objetividade», apelou.
O NERA não deixa, ainda assim, de se congratular com o quadro de evolução económica positivo que o Algarve está a viver, cujos sinais são «mais evidentes no turismo, mas que são reais também noutros setores como o comércio, os transportes, os serviços, a imobiliária e no consumo das produções regionais provenientes da terra e do mar».
Mas é preciso «responsabilidade e bom senso, evitando euforias, pois nada disto caiu do céu e nada disto está seguro».
«Todos sabemos que o Turismo – para além da melhoria real da nossa oferta e imagem – beneficiou das crises de destinos concorrentes. Mas seria um grave erro pensar que essa situação se vai manter. Com ritmos diferentes, todos eles irão tentar recuperar. E têm atrás de si poderosos interesses a apoiá-los (Estados intervencionistas, grandes investidores internacionais, operadores turísticos, cadeias hoteleiras, companhias aéreas, etc…)», acredita Vítor Neto.
«Se queremos cativar e consolidar os novos clientes, temos de os conhecer, perceber e convencer. Para isso não basta falar de “melhores anos de sempre”, é preciso localizar as origens dos crescimentos (países e mercados, segmentos) e as suas causas e motivações (produtos, transporte, preços). Análise que, para além do turismo, interessa também a outros setores da economia da região», concluiu o presidente do NERA.