Miguel Poiares Maduro veio ao Algarve para apresentar os Programas Operacionais no contexto do Portugal 2020, mas teve ainda tempo para conhecer os resultados de anteriores investimentos feitos em duas empresas algarvias, a Visualforma e a Vinilconsta.
Na Visualforma, o ministro não ficou defraudado com os fundos aplicados na introdução de tecnologias de informação e comunicação, uma vez que foi graças a elas que pôde falar com o CEO da empresa que estava do outro lado do Atlântico, na Florida, Estados Unidos da América.
De tablet na mão, o ministro percorreu os corredores da Visualforma, à medida que ia fazendo perguntas a Luís Ferrinho que procurava esclarecer as dúvidas do governante sobre a atividade da empresa.
O desenvolvimento do software Omnibees, que também foi co-financiado, ocupou grande parte da conversa entre Poiares Maduro e Luís Ferrinho. O software permite a gestão de reservas por parte de hotéis, que podem centralizar num único local a gestão de todos os canais de venda e preços dos quartos para o público.
Já na sala de reuniões, com uma versão em ponto grande de Luís Ferrinho, através de vídeo conferência, Poiares Maduro ficou a saber que a Visualforma tem mais de 3000 clientes deste software, sendo 2500 destes estrangeiros e que, em todo o mundo, há apenas sete empresas com a mesma área de operações, mas que apenas duas são concorrentes da Visualforma.
Os números impressionaram o ministro, que quis saber mais sobre a estratégia de crescimento da empresa que conta com um capital próprio de 2 milhões e 800 mil euros.
Luís Ferrinho não foi muito esclarecedor e apontou à estratégia de «crescimento sustentado, como tem sido feito até aqui», como solução, uma vez que a Visualforma não quer ser comparticipada por fundos que«matam muito cedo o produto».
Poiares Maduro mostrou particular interesse no Núcleo de Investigação e Desenvolvimento da Visualforma, também co-financiado por fundos europeus, que absorve muitos estudantes da Universidade do Algarve.
O assunto da integração de conhecimento científico em contexto empresarial esteve mesmo na ordem do dia, cerca de uma hora depois, na assinatura do protocolo entre Universidade do Algarve e a CCDR Algarve.
Para o ministro, «necessitamos de excelência no tecido empresarial e é preciso que haja abertura deste para associar-se ao conhecimento».
A visão é partilhada por António Branco, reitor da Universidade do Algarve, que considera que o problema «é da cultura nacional» e que «o sistema universitário está um bocadinho mais à frente na consciência da importância dessa estratégia».
Durante a manhã, Poiares Maduro visitou também a empresa Vinilconsta, empresa fundadora do VC Group, em Quarteira. A comitiva foi recebida à chegada pela direção da empresa, encabeçada por Carlos Mendes, presidente do Conselho de Administração.
O ministro, depois de assistir a uma breve apresentação das empresas, plano de expansão e objetivos pretendidos para os próximos anos, percorreu as instalações passando pelos principais departamentos.
Durante o percurso, Poiares Maduro mostrou-se interessado em aprofundar conhecimento sobre alguns dos trabalhos que estavam em produção naquele momento, assim sobre os equipamentos de que a empresa dispõe.
Ao longo da visita, foi-lhe sendo explicado o tipo de produtos fabricado pela organização e foi proporcionada uma breve demonstração prática sobre algumas das novas soluções interativas, uma das apostas da empresa para este ano.
Segundo David Santos, presidente da CCDR Algarve, na visita, «tivemos oportunidade de mostrar ao ministro uma empresa que tem o processo completo que diz respeito ao marketing e à publicidade. É uma empresa que projeta e executa lojas, por exemplo do Mundo do Café da Delta, e tem agora o projeto Smart City de Sevilha, que vai instalar postos de informação e de carregamento de telemóveis na cidade. É ainda uma das empresas mais conceituadas em Portugal no cumprimento de prazos».
Com as visitas às empresas, a CCDR quis«mostrar [a Poiares Maduro] que o Algarve não é só turismo, que temos empresas muito competentes, com muita tecnologia e know-how, que importa apoiar na perspetiva de combater a sazonalidade», concluiu David Santos em conversa com o Sul Informação.