João Fernandes vai candidatar-se à presidência da Associação Turismo do Algarve. O atual presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), visa, desta forma, colocar as duas entidades, responsáveis pela promoção interna e externa da região, a falar «a uma só voz».
As eleições na ATA, entidade que junta sócios do setor público e privado e tem como missão promover o Algarve, enquanto região turística, a nível internacional, estão marcadas para o dia 3 de Dezembro. Para já, a lista encabeçada pelo atual presidente da RTA é a única conhecida, mas o período de apresentação de candidaturas está aberto até quarta-feira.
No passado, os presidentes da RTA também o eram, por inerência, da Associação Turismo do Algarve. Mas, com a mudança da orgânica das Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT), o dirigente máximo da ATA passou a ser eleito pelos seus cerca de 360 sócios. Desde então, nunca um presidente da RTA acumulou o cargo de presidente da ATA.
Em declarações ao Sul Informação, João Fernandes assegurou que a lista que encabeça conta «com um amplo e diversificado apoio». Desde logo, o dos sócios fundadores da ATA, nomeadamente da RTA, da AHETA (Associação dos Hoteleiros e Empreendimentos Turísticos do Algarve), da AIHSA (Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve), da ACRAL (Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve), da APAVT (Associação das Agências de Viagens e Turismo) e da Algarve Golfe.
«Também temos o apoio de todos os grandes grupos económicos do turismo, como o Pestana e o Tivoli, mas também de unidades mais pequenas, como por exemplo do restaurante Alfazema», disse.
«Os nossos apoiantes representam os diferentes produtos estratégicos para a região, desde do Sol e Praia e do Golfe ao Turismo de Natureza e ao Turismo Náutico. Também temos apoios vindos de toda a região, de Sotavento a Barlavento, e dos vários subsetores, como as rent-a-car, o alojamento e os operadores de turísticos, entre outros», assegurou.
Para João Fernandes o facto de as duas entidades terem o mesmo presidente pode trazer diversas vantagens.
«Desta forma, poderemos criar sinergias que permitam rentabilizar melhor os parcos recursos de que dispomos. Também ganharemos mais eficácia e maior poder negocial», disse, ao Sul Informação, o presidente da RTA.
«Por vezes, quando vamos a certames internacionais, é muito difícil explicar esta separação entre a entidade cuja missão é estruturar o produto turístico da região e a associação responsável pela promoção da região fora da Península Ibérica. A nossa proposta é que passe a haver uma só voz», acrescentou João Fernandes.
Mas «o grande desígnio desta candidatura, mais do que liderar, é promover o trabalho em rede». Para o responsável máximo pela RTA, é necessária uma renovada atenção aos sócios da ATA, que permita «envolvê-los mais» naquilo que a associação faz.
«Tencionamos ter uma pessoa na equipa responsável por esta ligação à base de trabalho da ATA».
João Fernandes salientou, ainda, o reforço de verbas destinadas às Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT) anunciado na passada semana pelo Governo.
Esta nova realidade «abre a possibilidade de trabalho em rede com outras regiões», acredita.
«Há várias temáticas que não envolvem só o Algarve. No Turismo de Natureza e das caminhadas, temos a Rota Vicentina e as Rotas de Santiago. No que toca aos grandes desafios do Brexit, abre-se a hipótese de colaborar com a Madeira, que também tem uma forte incidência de turistas britânicos».
Agora, João Fernandes propõe-se, «com o devido suporte dos agentes do setor, a fazer a ponte» entre as duas entidades que promovem a região turística do Algarve, mas também a garantir que há «um rejuvenescimento» na forma como se promove o Algarve além fronteiras.
