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TASA_10Um faqueiro que conjuga madeira e cerâmica, um tabuleiro em madeira de faia com pilão de seixo e recipientes de barro incorporados e um tacho de barro e cortiça que vai diretamente do fogão para a mesa ou que serve como marmita para levar para onde se queira.

Estes são os três novos produtos de artesanato do Projeto TASA – Técnicas Ancestrais Soluções Atuais, que serão lançados este sábado, 6 de Setembro, na Feira da Dieta Mediterrânica, que começa hoje e termina no domingo em Tavira.

As peças, que misturam a alma algarvia com a alentejana, tiveram como motivo o património destas regiões, em especial o elo que as une na cultura da dieta mediterrânica.

«A linha estética é inspirada nos padrões das mantas alentejanas que remontam à herança árabe. As cores são uma homenagem ao mar, ao céu, aos pomares de laranjeiras do Algarve, aos campos de papoila do Alentejo e aos campos floridos de urze e alfazema. As cores e pormenores aplicados criam uma continuidade nestas três peças que permite utilizá-la como um original serviço de cozinha com linhas muito contemporâneas mas que eternizam memórias», explica a ProActiveTur, a empresa que gere o Projeto TASA.

Estes novos produtos serão apresentados em Tavira, na Feira da Dieta Mediterrânica no sábado, às 18h00, no espaço da CCDR Algarve, incluído no stand da organização, no Jardim do Coreto. Tudo para mostrar que técnicas ancestrais, inovação e o modo de vida que é a base da Dieta Mediterrânica têm tudo a ver.

Mas nesta feira será ainda possível ver ao vivo, pela primeira vez, um berço integralmente feito de cortiça. O “Sleep Tight”, que ganhou o segundo lugar do prémio “Green Furniture Award”, é da autoria das arquitetas Sofia Chinita e Karin Pereira, sendo executado pelo artesão António Luz com a matéria-prima da NovaCortiça e será comercializado pela ProActiveTur.

ccdra_fatacil_dia3_08Estes são apenas alguns dos 15 produtos que o Projeto TASA pretende lançar até ao fim deste ano, como revelou João Ministro, responsável pela ProActiveTur, na entrevista ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve (RUA FM), durante a recente FATACIL, numa parceria destes dois órgãos de informação com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.

Na mesma ocasião, Alice Pisco, técnica da CCDR responsável pelas questões da Dieta Mediterrânica e do TASA, salientou que esta é «uma marca que se afirmou no mercado», havendo ainda muito trabalho a fazer.

Para já, o TASA passou fronteiras, e de duas formas diferentes. Primeiro, através da exportação dos seus produtos, que é uma «componente importante» da comercialização em que os novos gestores do projeto apostam muito.

«Estamos a começar a exportar para vários países, como o Japão, Inglaterra, França, temos um parceiro na Finlândia, estão na calha os Estados Unidos», revelou João Ministro.

Mas o TASA também está prestes a partir para Milão, onde tem lugar a maior feira de design da Europa. O projeto que atualmente junta Algarve, Alentejo e até a Andaluzia vai participar na HOMI, feira que decorre em Milão de 13 a 16 de Setembro. A participação do TASA neste importante certame deve-se ao apoio da iniciativa “Shapes: empresas criativas do Mediterrâneo”, operacionalizada pelo CRIA/Universidade do Algarve.

Sara Fernandes, do projeto TASA, explica: «consideramos que os produtos que são criados na rede do TASA representam uma co-criação do artesão e do designer e têm uma proposta de valor que interessa ao mercado internacional». Daí a viagem até Milão, para «encontrar os mercados certos para a comercialização dos produtos TASA».

tasa 2_composicaoE que mercados são esses? «São aqueles que valorizam, tal como nós, a perpetuação destas técnicas ancestrais e a integração destes produtos nos ambientes do quotidiano». Milão poderá, assim, ser uma porta importante para os produtos criados no âmbito do projeto.

João Ministro reforça: «a comercialização é fundamental porque é o culminar de um processo e é a maneira de mostrar que as práticas tradicionais com a tal componente de inovação têm valor no mercado».

E porque todos estes passos dados na afirmação dos produtos TASA no mercado estão a dar bons resultados, «esperamos este ano duplicar as vendas do ano passado», sublinha aquele responsável.

A fase 2 do TASA passa também pela criação de novos produtos, de tal forma que, até ao final do ano, vão lançar 15 novos produtos do TASA, alguns deles já na Feira da Dieta Mediterrânica.

Nesta segunda fase, envolvidos no projeto, «além de artesãos do Algarve, há também artesãos do Baixo Alentejo e uma relação com a Andaluzia. A nossa colega designer tem estado na Andaluzia a falar com artesãos». A ideia é ir à região vizinha «buscar artes que já não temos no Algarve, como a latoaria».

Uma das características do TASA é ser uma rede dinâmica, que envolve novos artesãos, novos designers, novos produtos, alguns deles resultantes, por exemplo, da residência criativa feita no ano passado e apoiada pela Câmara de Loulé.

Mas agora, com a crescente notoriedade do TASA, reforçada pelos prémios que alguns dos produtos têm ganho, até internacionais, «o próprio mercado pede-nos produtos», revelou João Ministro. «O Vila Vita, que é um complexo turístico de luxo, encomendou-nos produtos, alguns deles novos, como um pimenteiro e um contentor para piri-piri. O próprio mercado encarrega-se de nos pedir novos produtos».

João Ministro: O Vila Vita encomendou-nos produtos, alguns deles novos, como um pimenteiro e um contentor para piri-piri. O próprio mercado encarrega-se de nos pedir novos produtos».

Com estas novas pontes que se têm estabelecido, para novas ideias, produtos inovadores, designers e artesãos de três regiões, novos mercados, o projeto TASA tem ainda um longo caminho a percorrer. E o mais interessante é que um projeto diferente como este nem sequer precisa de um investimento muito volumoso.

É que até nos custos envolvidos o Projeto TASA tem sido inovador, revelou Alice Pisco, já que, nas duas fases de um projeto que começou em 2010, o investimento «não chegou aos 175 mil euros». «Estou a falar das duas fases, incluindo o trabalho dos designers e dos artesãos, o filme de divulgação que foi feito, o livro e também esta segunda fase. Isto demonstra que não é preciso muito dinheiro para fazer um bom projeto. É possível fazer coisas pequeninas com o contributo de todas as pessoas», salientou aquela técnica da CCDRA.

O Projeto TASA é financiado pelo FEDER ao abrigo do PO Algarve 21 e do POCTEP (Programa Operacional Cooperação Transfronteiriça Espanha Portugal) no âmbito do QREN.

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