O impacto económico do Vodafone Rally de Portugal continua a crescer e o retorno financeiro direto que gera para Portugal já ultrapassou os 54 milhões de euros, uma subida de mais de um milhão de euros em relação à edição de 2012 (52,7 milhões de euros). Este foi um dos dados apurado por um estudo da Universidade do Algarve sobre a última edição da prova, no seguimento dos que têm sido realizados desde o regresso da prova ao Mundial de Ralis, em 2007.
Este valor refere-se ao dinheiro deixado pelos que seguem a prova e também por aqueles que a ela estão ligados nos locais por onde o Rali passa, com especial incidência no Algarve e Baixo Alentejo, locais onde a prova permanece mais tempo.
Seja em alimentação e bebidas, onde os visitantes e residentes gastam mais dinheiro (cerca de um terço do total da despesa efetuada), alojamento ou outras despesas, este dinheiro entra na economia portuguesa, com a vantagem de 51 por cento deste dinheiro ser exportação de serviços, já que é gasto por turistas vindos de outros países.
A este valor, há que se juntar os ganhos indiretos, nomeadamente ao nível da projeção das regiões envolvidas, que fazem este “bolo” subir para mais de 101 milhões de euros (97,7 milhões em 2012).
O estudo do impacto económico do Rally de Portugal 2013 foi realizado pelo Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo (CIITT) da UAlg, com coordenação de Fernando Perna. Os resultados dos estudos sucessivos feitos pelo centro de investigação algarvio às mais-valias que a prova de automobilismo gera, indicam que este é «o evento desportivo com maior impacto financeiro, em Portugal, a seguir ao Euro 2004», como frisou esta terça-feira, em Loulé, o diretor do rali Pedro Almeida, na apresentação da edição de 2014 do evento, que decorre de 3 a 6 de abril.
Ontem, foi o membro da equipa de 16 investigadores do CIITT Pedro Gouveia quem apresentou os dados relativos a 2013. Além dos impactos económicos, os investigadores preocupam-se em saber qual a perceção dos adeptos em relação à prova e aquilo que valorizam mais.
Aqui, há que fazer uma distinção entre residentes e visitantes, já que têm necessidades de consumo diferentes e, potencialmente, uma visão não coincidente sobre a prova e as regiões que a acolhem. Realidade que é bem notória no padrão de consumo. Um residente gasta, em média, 4 a 150 euros por dia, enquanto um visitante despende entre 15 a 450 euros.
Esta é a parte mais visível do impacto financeiro, mas não a única. O Rally de Portugal é, claramente, uma ferramenta de promoção da região poderosa e, mais do que isso, capaz de trazer novos turistas à região.
No ano passado, da amostra do estudo, que sondou mais de mil visitantes, cerca de um quarto vinham pela primeira vez ao Algarve. Entre este cerca de milhar de turistas, 80 por cento mostrou disponibilidade em voltar no Verão e 60 por cento admitiu regressar durante o Inverno.
A importância económica do Rally de Portugal para o país e, acima de tudo, para as regiões onde se realiza, será um dos fatores que tem despertado o interesse de outras regiões em captar o evento. A região Norte tem vindo a desenvolver esforços para levar a principal prova automobilística nacional do Sul e esta é uma possibilidade que ainda está em aberto.
«Esta é uma prova emblemática do ponto de vista desportivo, mas também tem uma importância enorme ao nível económico, nomeadamente no que toca ao setor do turismo», ilustrou Pedro Almeida.