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Associações e Federações Académicas de todo o país tomaram uma posição conjunta a exigir mais apoios para o Ensino Superior, nomeadamente no apoio social aos alunos. Os alunos não se mostram convencidos com o recuo do Governo nos cortes ao financiamento e exigem clarificação da estratégia para o Ensino Superior.

Num comunicado assinado por diversas associações e federações académicas, entre as quais a AAUAlg, os estudantes universitários dizem não estar satisfeitos com as alterações aos cortes no financiamento anunciados na passada semana, que pretenderam dar resposta às exigências dos reitores das Universidades Públicas.

«Os cortes inicialmente previstos de 9,4 por cento, embora agora de alguma forma atenuados, conforme foi tornado público, e apesar da aparente resignação dos reitores, não satisfazem os estudantes. Na nossa opinião estas alterações produzem um efeito atenuante, não resolvendo o problema», lê-se no comunicado conjunto.

Em dia de manifestação de estudantes universitários em Lisboa, o grosso das associações académicas e as principais federações de associações do País não se associam ao protesto e preferem falar em diálogo.

Segundo revelou ao Sul Informação o presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) Pedro Barros, a não adesão da academia algarvia ao protesto tem a ver com o facto de considerarem que este «deve ser o último recurso».

«Temos tido reuniões permanentes com o ministro da Educação e com o secretário de Estado nas últimas três semanas. Achamos que ainda há outras maneira de ver as nossas reivindicações satisfeitas», referiu.

Ainda assim, as associações académicas signatárias do documento não deixam cair o pedido de audiência com o Primeiro Ministro, algo que já tentam desde que o atual Governo tomou posse, há mais de um ano, garantindo ter propostas para apresentar.

Na reunião com o chefe do Governo, os estudantes universitários querem perceber «qual a estratégia do Governo para o Ensino Superior e quais as medidas que pretende implantar».

Denunciando uma «clara falta de estratégia e de visão para o futuro deste sector nuclear e crítico para o desenvolvimento do país», consideram que, em Portugal, «a educação e o ensino superior em particular, não são uma clara prioridade».

«As associações académicas manifestam muita preocupação com o próximo ano. Já hoje sentimos nas nossas IES as consequências dos cortes efetuados. A estabilidade e qualidade do ensino superior nacional encontram-se efetivamente comprometidas quando por razões orçamentais são dispensados professores convidados, bibliotecas e salas de estudo fecham mais cedo, obras de manutenção não são realizadas, material de laboratório não pode ser adquirido, investimentos necessários são abandonados ou adiados», ilustraram os signatários do documento.

As associações Académicas salientam, por outro lado, compreender a situação do país, daí assumirem «o seu papel de estruturas interventivas, de forma construtiva». «Acreditamos que enquanto agentes do ensino superior temos o direito e o dever de pensar o sistema de ensino superior na sua globalidade, e como tal, temos apresentado alternativas aos cortes a que temos assistido», referiram.

«Alterações à carreira docente e a reorganização da rede e estrutura do ensino superior baseada na promoção da qualidade e de um investimento mais criterioso, com uma gestão mais eficiente e eficaz são exemplos de caminhos que o ensino superior nacional deve estar disponível para trilhar», exemplificaram.

 

Combate ao abandono escolar é prioridade

Além da preocupação com os cortes no financiamento, os representantes dos universitários das principais academias dizem não ver «nem a tutela nem as Instituições de Ensino Superior (IES) a demonstrar a devida preocupação com o fenómeno do abandono escolar».

Uma preocupação «paralela», também veiculada no comunicado, que Pedro Barros reforçou. «O secretário de Estado já nos garantiu que haverá um aumento do fundo de apoio social no ano que vem. Ainda assim as nossa reivindicações não foram totalmente satisfeitas, embora admitamos que já houve algumas melhorias», disse.

Um dos problemas identificados tem a ver coma «situação tributária» dos agregados familiares destes alunos, que caso não esteja regularizada, inviabiliza o pedido de bolsa. Uma situação complexa, mas que o presidente da AAUAlg considera que tem de contemplar excepções, pois «não é justo que os filhos sejam prejudicados» pelo incumprimento dos pais. Também aqui «está aberta uma janela para a alteração dos regulamentos da atribuição de bolsas», assegurou.

«A monitorização deste abandono é inadequada e insuficiente, não existindo em muitas IES mecanismos de resposta a esta realidade. Sublinhamos então o nosso descontentamento com a parca preocupação e ação política das IES junto do governo no que toca ao apoio social aos estudantes», lê-se, pro outro lado, no comunicado.

sulinformacao

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