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Os nervos eram bem visíveis nos olhos do jovem silvense, mas não eram fortes ao ponto de esconder o orgulho pela conquista da medalha de ouro. Antes de ouvir o seu nome, para receber o galardão, o largo sorriso na cara de Diogo Cabede esmorece um pouco e o jovem respira fundo, talvez por se lembrar que foi o único dos 20 concorrentes da região anfitriã do Campeonato Nacional das Profissões, o Algarve, a conquistar um primeiro lugar na competição que decorreu este mês em Faro.

O evento trouxe à capital algarvia 240  jovens de todo o país, em diferentes ciclos de aprendizagem e alguns até já inseridos em empresas. O final foi feito em festa, pelos que ganharam, mas também pelos que participaram sem levar para casa uma medalha, pois o convívio é também um dos pontos centrais do SkillsPortugal.

O Algarve apenas contará, assim, com um representante no EuroSkills, o campeonato europeu das profissões que vai decorrer na Bélgica em outubro deste ano e no mundial em julho de 2013, mas a prestação dos jovens da região é de destacar. Dos 20 alunos de escolas da região a concurso, metade, ou seja 10, conseguiram arrecadar medalhas nas mais diferentes áreas profissionais. Mais a Norte, mas ainda a Sul do Tejo, os concorrentes do Alentejo arrecadaram 19 medalhas. Destas, quatro foram de ouro.

No final, a felicidade era bem visível no rosto de Diogo Cabede, do pólo de Silves do Centro de Formação Profissional de Portimão. A medalha foi conquistada na categoria de canalizações, mas, curiosamente, nem é esse o mister atual do concorrente. «Eu neste momento sou técnico de frio. Estou a tirar um curso nesta área», revelou.

A mestria em instalar canalizações vem de um curso anterior, «que já está concluído». Um espírito de procura sucessiva de formação que não é incomum entre os concorrentes do Campeonato Nacional das Profissões.

«Já conclui o curso de canalização. Mas como só dava equivalência ao 9º ano e isso hoje em dia não é nada, entrei neste de refrigeração, para concluir o 12º ano», contou.

Durante a competição, disse, a pressão pelo trabalho em si não é tanta como a que se sente por estar sempre a ser observado. «As pessoas todas sempre ali [os visitantes] é um bocado desconfortável», confessou com um sorriso.

Quanto à perspetiva de representar Portugal na competição a nível europeu, Diogo assegurou que ainda não pensou nisso. «Quero é chegar a casa e ver a minha mãe, pois estou morto», disse, a rir.

 

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